Celebramos hoje a Festa do Batismo do Senhor, para abrirmos, em grande, a porta do Tempo Comum, em pleno Ano de Missão. Mais uma vez, Jesus não Se manifesta ao mundo de um modo aparatoso e extraordinário. Ele manifestou-Se, extremamente humilde, no Presépio de Belém. Ele passou 30 anos despercebido na família de Nazaré. Ele continua, agora, igual a Si mesmo, escondido entre o povo, por entre a fila dos pecadores. Desce às águas do Jordão e deixa-Se batizar por João. Com a Festa do Batismo, Jesus inicia a Sua vida pública e nós recordamos mais uma vez que, em virtude do Batismo, nos tornámos todos discípulos missionários. 

Hoje celebramos a Epifania do Senhor, a Sua manifestação a uns Magos vindos do Oriente, em busca do Salvador! Os Magos representam as pessoas dos quatro cantos da Terra, que andam à procura de Deus e são acolhidas na Sua casa. No Presépio, diante da presença de Jesus, já não há qualquer divisão de raça, língua e cultura: naquele Menino toda a humanidade encontra a sua unidade, a sua luz, a sua paz. Agora sim, com judeus e pagãos, o povo eleito e todos os povos da Terra, o Presépio torna-se lugar de encontro para todos. 

Ao iniciar, no colo da Santa Mãe de Deus, um novo ano de 2019, e neste Dia Mundial da Paz, deixai que vos dirija esta saudação evangélica: Paz a esta casaPaz a esta casa, à casa que é o teu coração, o coração de cada pessoa, de cada um de vós, de todos vós, que recebestes, em Cristo, a gloriosa liberdade dos filhos de Deus! Paz a esta casaà casa que é o lugar habitado por cada família, onde há irmãos e irmãs, diferentes uns dos outros e nem sempre de acordo, mas sempre unidos por um laço indissolúvel. Paz a esta casa, à casa que é esta nossa comunidade, que aprende da Santa Mãe de Deus, a ser sempre uma “casa para muitos e mãe para todos” (EG 288). Paz a esta Casaque é a nossa Terra, o nosso país, o nosso mundo, o planeta onde Deus nos pôs a morar e que devemos cuidar com solicitude. Eis, pois, os meus votos no início do novo ano: A paz esteja nesta casa!

Neste domingo, dentro da Oitava do Natal, o menino Jesus dá mais que um salto de pardal! O Evangelho traz-nos a única notícia, na idade dos 12 anos, no alvor da juventude de Jesus (Lc 2,41-52). Vemo-l’O a marcar “pontos” no diálogo com os doutores da lei e pronto a entrar na idade de ser jovem, que “não é um tempo suspenso, mas é sobretudo a idade das escolhas”. 

Presépio, lugar de encontro para todos! E eis que chegamos ao Presépio! A porta do curral está aberta a todas as todas as visitas, a começar pelos que andam longe, como os Pastores, ou vêm de longe, como os Magos. Nesta Eucaristia, o altar é a manjedoura, o nosso ponto de encontro, onde saboreamos a alegria e a surpresa de um Deus connosco, Deus Menino. O Natal é a desforra da humildade sobre a arrogância, da simplicidade sobre a abundância, do silêncio sobre o barulho, da oração sobre a minha ocupação, de Deus sobre o meu eu. 

Presépio, lugar de encontro para todos. Neste último domingo do Advento, a Virgem Maria, que Se dirige apressadamente ao encontro da sua prima Isabel, ensina-nos a não guardar para nós o segredo do Natal. Somos chamados a sairmos de casa, da nossa zona de conforto, para levar às periferias do nosso mundo a presença do Senhor, cuja proximidade nos faz saltar de alegria.

“Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos”. A verdadeira alegria não chega aos nossos corações a não ser pela vinda de Cristo à nossa vida e aos nossos corações. Também aqui se trata de uma alegria para todos, “porque da alegria trazida pelo Senhor, ninguém é excluído” (GD 2; cit. EG 3). Continuamos a nossa caminhada do Advento, com os olhos postos no Presépio, lugar de encontro para todos. 

Presépio, um lugar de encontro para todos. Ontem, aprendemos de Maria o jeito feminino de habitar o Presépio. Hoje, sobressai a figura masculina e austera de João Batista, a quem é dirigida a Palavra de Deus, no deserto. Ele vem preparar os caminhos, para que o Presépio seja de entrada livre para todos, a começar pelos mais pobres. Acendamos agora a 2.ª vela da coroa do Advento, para que o testemunho de João Batista ilumine como “uma lâmpada ardente e luminosa” (Jo 5,35), que nos projeta para a Luz.

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