Liturgia e Homilias no XI Domingo Comum B 2018
Destaque

As parábolas deste domingo desafiam-nos a acreditar no desenvolvimento da boa semente, enquanto o semeador dorme e se levanta. Ao fim de um ano laboral e pastoral, é preciso, não tanto medir os resultados, mas sobretudo saborear os frutos. Deixemos que este tempo, com o Senhor, na Eucaristia, seja o tempo do agir de Deus, que tanto pede a nossa colaboração como a nossa confiança. De coração confiante, invoquemos a sua misericórdia.

Homilia no XI Domingo Comum B 2018

1.Já rola a bola do Mundial de Futebol, na Rússia de Putin: 32 seleções, 736 jogadores, 64 jogos, 32 dias. É um mês e um dia para gritos, paixões, sonhos, ilusões e desilusões, que movem as pequenas e as grandes massas do povo e… do dinheiro. Mas a genuína festa do futebol pode fazer bem mais do que toda a diplomacia política por uma cultura solidária e fraterna, pela aproximação entre pessoas e povos, que gravitam na grande bola deste mundo. Não aconteça, porém, que a folia destes dias, a que se juntam as festas em honra dos santos populares, funcione como anestesia e nos deixe dormentes, perante os cenários de um mundo que parece querer pôr cancelas no mar a quem procura na Europa uma tábua de salvação, como se valesse a pena pescar dentro do próprio Aquário. Andamos tão entusiasmados com os jogadores da seleção, que corremos o risco de esquecer, por exemplo, o respeito, a gratidão e a estima que nos merecem os professores, que fazem parte do plantel dos nossos discretos heróis. Dizia o Papa há dias às crianças: «Nunca vos esqueçais dos primeiros mestres, nunca vos esqueçais da escola, dos professores. Porquê? Porque são as raízes da vossa cultura! Na vida ajudar-nos-á sempre manter as raízes para dar flores e frutos» (Discurso, 09.06.2018).

2.Foi neste ponto que eu cruzei as palavras do Papa com as parábolas deste domingo, lembrando-me dos professores(e demais educadores) que semeiam, todo o ano, na esperança. Eles sãoos semeadores que acreditam na força vital das boas sementes, do bem, do belo e da verdade, e as fazem desenvolver e frutificar, com a santa paciência do agricultor. Muitas vezes, são eles a árvore da vida, o apoio firme e seguro, por onde os alunos se erguem e crescem. À sombra dos seus ramos, de sabedoria e de afeto, abrigam-se os nossos alunos. Por largo tempo, os professores os recebem nos ramos dos seus braços, como “passarinhos” que, depois de ganharem asas, levantam voo, para outras paragens e novas miragens.

3.Não discuto aqui a contagem do tempo de serviço dos professores. O que eu sugiro é que se estimem, respeitem, valorizem e reconheçam os professores. Como disse um escritor português: “Perseguir e tomar os professores como má gente é destruir a nossa própria casa. Os professores são extensões óbvias dos pais e massacrá-los é como pedir que não sejam capazes de cuidar da maravilha que é a meninice dos nossos miúdos; isso é pior do que nos arrancarem telhas da casa, é pior do que perder a casa, é pior do que comer apenas sopa todos os dias. Estragar os nossos miúdos é o fim do mundo. Estragar os professores e as escolas que são fundamentais para melhorarem os nossos miúdos é o fim do mundo. Nas escolas reside a esperança de que, um dia, o mundo seja um condomínio de gente bem formada, apaziguada com a sua condição mortal, mas esforçada para se transcender no alcance da felicidade. E a felicidade não é individual. É obrigatoriamente uma conquista para um coletivo. Porque sozinhos, por natureza, andamos destituídos de afeto. As escolas não podem ser transformadas em lugares de guerra” (Valter Hugo Mãe). Os professores são a verdadeira reserva de ouro de uma nação!

4.Quero daqui manifestar o nosso reconhecimento aos professores, que se estende a todos os educadores e aos nossos catequistas. Quem tem de semear, sabe que semeia numa mão, com a dor, e na outra, com o amor! Queremos dizer-vos: “Muito obrigado. O Senhor vos recompense. Seja a vossa luz e a vossa alegria. E que vós vejais prosperar, com abundância, tanto quanto possível, a obra das vossas mãos e os frutos que só Deus nos permite dar”!Em hora de colheita, deixo-vos esta palavra de confiança: acreditai na riqueza vital da sabedoria e do amor transmitidos ao longo de todo o ano. Mesmo que não pareça, darão fruto a seu tempo! Se tendes fé, podereis rezar assim, na hora da colheita: «Senhor, fiz o que pude. Fiz o que soube. Falhei algumas vezes; outras vezes senti-me impotente. Agora que os meus alunos (educandos ou catequizandos)vão partir, sê tu a fazer frutificar as sementes do bem, da beleza e da verdade, que ajudei a florescer e a frutificar nos seus corações, nas suas inteligências e nas suas vidas»!

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