Liturgia e Homilias no XXX Domingo Comum A 2017
Destaque

Depois da controvérsia sobre o tributo a César, à pergunta sobre o mandamento maior Jesus responde com a mesma moeda: amar a Deus e amar o próximo. Ambos provêm do mesmo Amor com que Deus primeiro nos amou. Amar a Deus e amar o próximo não é mais do que responder ou corresponder a esse primeiro amor.

Homilia no XXX Domingo Comum A 2017

1.“Movidos pelo amor de Deus”! Eis o lema do Plano Diocesano, que nos guia no presente ano pastoral de 2017/2018. Ao longo dos meses de setembro e de outubro procurámos nele inspiração ao organizar a nossa programação pastoral, nos vários âmbitos da vida da comunidade: o anúncio da Palavra, a celebração dos Sacramentos e o serviço da Caridade. São, de facto, “três deveres que se reclamam mutuamente” (DCE 25). E são tão indissociáveis da vida cristã e da missão da Igreja, como inseparáveis são o amor a Deus e o amor ao próximo. Diríamos que o Evangelho deste domingo, ao proclamar como único mandamento “o amor a Deus e o amor ao próximo” é “a cereja no topo do bolo”, porque “ambos vivem do mesmo Amor, com que Deus nos amou primeiro” (DCE 18). Ambos são “movidos pelo amor de Deus”. Neste sentido, só o amor de Deus, revelado em Cristo e derramado pelo Espírito Santo em nossos corações, é que nos capacita para o amor a Deus e para o amor ao próximo.

 

2.Movidos pelo amor de Deus, vivamos o presente ano pastoral, com três objetivos claros: viver da caridade, viver a caridade, viver em caridade.

2.1.Movidos pelo amor de Deus, sejamos umaIgreja que vive da Caridade. Não esqueçamos, por isso, o contacto com a primeira e indispensável fonte da Caridade verdadeira: a liturgia, a oração, os sacramentos. Uma Igreja que vive da Caridade não pode, em nome do muito a fazer, ou do bem a fazer, ou do simples bem-fazer, esquecer o encontro com Deus, porque a Caridade nasce e nutre-se do encontro com Cristo! A própria Eucaristia afirma-se aqui como “sacramento da caridade”, porque o mesmo Amor com que Jesus Se entrega, o mesmo amor com que Ele Se parte e reparte, por nós, no Pão da Eucaristia, impele-nos a darmo-nos mais, a partirmos e a repartirmos tudo o que somos e temos, reconhecendo nos pobres a carne sofredora de Cristo! Que bom seria se, ao longo deste ano, valorizássemos o ofertório da missa, não como um peditório incómodo, a que fazemos vista grossa, mas como uma partilha de bens, expressão da nossa comunhão autêntica com Deus e da nossa caridade concreta com o próximo.

2.2.Movidos pelo amor de Deus, sejamos uma Igreja que vive a caridade. O mesmo amor de Deus, que nos move, que dá carvão ao incenso da nossa liturgia e da nossa oração, também nos carrega a bateria e nos dá energia para a prática concreta do mandamento novo do amor. Durante este ano pastoral, examinemo-nos sobre o cuidado que temos com os pobres, de todas as pobrezas, e as respostas concretas que, de facto, lhes estamos a dar, quer ao nível mais pessoal, quer ao nível da caridade organizada pela comunidade. Não esqueçamos que, na raiz da pobreza e da pobreza maior, está a falta de Deus. Por isso, façamos do anúncio da Palavra a primeira obra de caridade. E da prática da caridade o primeiro anúncio!

2.3.Movidos pelo amor de Deus, sejamos uma Igreja que vive em caridade, fomentando a unidade de alma e coração na justa diversidade de dons e ministérios, a capacidade de perdão e a necessária abertura à reconciliação, o diálogo paciente e permanente entre todos, a cultura do encontro e da proximidade, a estima recíproca entre pessoas e grupos, a procura humilde dos caminhos de renovação pastoral [ainda mais agora, com o centenário da nossa Paróquia, que queremos se torne “um fontenário para a vida”]. Que bom seria se prolongássemos, de vez em quando, a Eucaristia, em conversa partilhada, em mesa repartida. Que bom seria se acorrêssemos aos momentos de refeição, de convívio e de cultura, com verdadeira devoção, como festas de família, a que não podemos nem queremos faltar!

3.Que ninguém venha aqui “a toque do sino” ou vá daqui “a toque de caixa”. Em tudo e sempre, seja o amor de Deus a dar-nos gás, calor e vapor. Seja o amor de Deus o “red bull”, a força que nos põe a fé a mexer. Movidos pelo amor de Deus, façamos da alegria do Evangelho a nossa paixão, a nossa vida, a nossa missão! 

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