Liturgia e Homilia no V Domingo da Quaresma A 2017
Destaque

Cristo, fonte de água viva, no encontro com a samaritana! Cristo, luz do mundo, no encontro com o cego! Cristo, Ressurreição e Vida, no encontro com o amigo Lázaro!

Homilia no V Domingo da Quaresma A 2017

1. Lázaro, Ramos, na Páscoa estamos! E aquela vida breve que Jesus restitui ao seu amigo Lázaro é apenas um sinal, o sexto de vários sinais realizados por Jesus, do qual o sinal maior será a sua própria ressurreição! Bem vistas as coisas, passados dois dias de saber da triste notícia (Jo 11,6), é ao «terceiro dia» que Jesus Se dirige para a Judeia. Depois, a pedra aqui mandada retirar por mãos humanas (Jo 11,41)e o rosto de Lázaro envolto num sudário, que ainda o prende (Jo 11,44)remetem-nos já para a ressurreição de Jesus, na manhã de Páscoa. Mas aí a pedra aparecerá retirada por mãos divinas (Jo 20,1) e o sudário, cuidadosamente enrolado (Jo 20,6-7)já não o prenderá jamais! Portanto, e literalmente, com “Lázaro, Ramos, na Páscoa estamos”!

2.Depois do encontro com a samaritana e o cego de nascença, este é, na verdade, o mais dramático de todos, porque Jesus não só lava e purifica do pecado, não só recria e ilumina a vida, como liberta e regenera do abismo da morte. Deste modosomos reconduzidos à experiência original do nosso Batismo, pelo qual “morremos com Cristo. Com Ele fomos sepultados, para vivermos uma vida nova” (Rm 6,3-4; cf. Ef 2,5-6; cf. Col 2,12-13)!E por isso, o desafio fundamental do Evangelho é feito por Dídimo: seguirmos Jesus, «para morrer com Ele», isto, é, para viver com Ele a sua morte! Como quem diz: Amigos até à morte. Amigos na morte. Amigos para sempre… e para além da morte.

3.O Evangelho acentua, de facto, e por cinco vezes, esta relação de amizade de Jesus por Lázaro e pelas suas irmãs: «Vede como era seu amigo» (Jo 11,36) mas, ao mesmo tempo, desenvolve o diálogo orante de Jesus com o Pai: «Pai, dou-Te graças por me teres atendido» (Jo 11,41). Pelo que, nesta semana, somos desafiados a valorizar a oração, como um “tratar de Amizadecom Aquele que sabemos que nos ama” (Santa Teresa de Jesus, Livro da Vida, 8,5).Esse é também o desafio do Papa na sua Mensagem para a Quaresma: “Não se contentar com uma vida medíocre, mas crescer na amizade do Senhor. Jesus é o amigo fiel que nunca nos abandona”.

4.Esta amizade com Cristo cresce assim na frequência e na intimidade da oração.Não estranhamos, por isso, que o apelo à oração, seja comum a todas as aparições, em Fátima, de maio a outubro de 1917. Porquê? Porque“sem oração não há conversão. Sem conversão não há mudança de vida. Sem mudança de vida não há paz. O mundo novo começa quando o homem se abre a Deus, em oração e adoração” (PDP 2016/17, p. 28). “Em Fátima ouvimos falar de coisas escondidas – conversão, oração, penitência – que parecem não ter nenhuma importância política, mas são coisas decisivas, são as formas renovadoras do mundo” (Cardeal Ratzinger). O apelo da Virgem de Fátima aos pastorinhos é constante nas aparições: «orai, orai muito».

5.Rezemos mais, rezemos muito, rezemos melhor, para que cresça a nossa amizade com Cristo e se renove o amor entre nós. E rezemos, com coração de filhos, a oração do Pai-Nosso, que é entregue a quantos se querem tornar discípulos do Senhor, que com Ele dão graças ao Pai. 

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