Liturgia e Homilia no Domingo de Ramos na Paixão do Senhor A 2023
Destaque

Abraça o presente da Páscoa, que é Cristo vivo. Agarrado(a) a Ele, viverás”. Irmãos e irmãs: com este desafio, temos vindo a percorrer o caminho da Quaresma à Páscoa, um caminho que fazemos juntos, unidos a Cristo, abraçando a sua Palavra, abraçando a Sua Vida, abraçando também a sua Cruz e a Sua Morte, para que, na comunhão com Ele, a nossa vida se transforme em Páscoa de vida nova. Hoje estamos aqui reunidos, para darmos início, em união com toda a Igreja, à celebração anual do mistério pascal, da Paixão, morte e ressurreição do Senhor. Essa é a meta do caminho de subida, que iniciámos na Quarta-Feira de Cinzas.  Foi para realizar este mistério que Jesus Cristo entrou na sua cidade de Jerusalém. Por isso, recordando com fé e devoção esta entrada triunfal na Cidade Santa, acompanharemos o Senhor, de modo que, participando agora da sua Cruz, mereçamos um dia ter parte na sua ressurreição. Voltemos agora o olhar para a Cruz, que abre a procissão de entrada, aclamemos a Cristo, agitando os nossos ramos e entoando-Lhe cânticos de louvor.

 

Homilia depois da Bênção dos Ramos

 

Gostaria de partilhar convosco apenas três pontos [ou um breve ponto de reflexão], a partir do Evangelho que acabámos de escutar: 1. o abraço de Jesus que nos abraça na Cruz | 2. o desafio a caminharmos juntos| 3. a necessidade de seguir Jesus até ao fim.

Pode escolher-se de entre os três apenas um dos pontos de reflexão

1. Abracemos Jesus que nos abraça. Jesus entra na cidade santa, montado num jumentinho e não armado num cavalo de guerra! Ao vê-lo assim, vem à mente do Evangelista a profecia de Zacarias, a respeito do Messias: “Eis o teu Rei, que vem ao teu encontro humildemente montado num jumentinho, filho de uma jumenta” (Zc 9,9; 14.4). O Profeta de Nazaré da Galileia é o Messias, mas a sua arma de combate é a Cruz e não a espada. O seu caminho é o da humildade e não o do triunfalismo. O Deus que Se revela em Jesus não se põe em bico de pés, mas abre os braços a todos, não se afirma pelo poder mas pelo serviço; não nos conquista à força, mas atrai-nos simplesmente com o Seu Amor. E assim ensina-nos hoje a ser uma comunidade humilde, penitente, servidora, sem vaidades, nem triunfalismos. Jesus convida-nos a segui-l’O pelo caminho da humildade, pelo caminho da Cruz. Sejamos uma comunidade capaz de acolher e abraçar Jesus, como único Messias e Salvador, uma comunidade pronta a abrir os braços para o Alto da Cruz e a suplicar «Hossana», salva-nos! Temos tanto por que pedir perdão! Abracemos Jesus que nos abraça!

2. Caminhemos juntos com Jesus.Jesus convida-nos a fazer este Caminho com Ele. Ele caminha connosco, caminha no meio de nós. Nós não caminhamos sozinhos; caminhamos juntos, caminhamos com Ele e caminhamos com aqueles que o Senhor colocou ao nosso lado como companheiros de viagem. Umas vezes, a multidão vai à frente, porque Jesus fica para trás, a procurar e a levantar quem se perdeu ou caiu. Outras vezes, a multidão acompanha Jesus, porque Jesus está sempre no meio de nós e pisa o nosso chão. Mas todos os que seguimos Jesus, como discípulos do Único Mestre, somos convidados a ir atrás d’Ele, porque Ele próprio se torna o Caminho. Não desistamos de caminhar com Ele e de caminhar juntos. Não abandonemos a comunidade. Caminhemos juntos com Jesus.

3. Sigamos Jesus até ao fim. “Quem é Ele, perguntavam”? O nosso caminho cristão é muito mais um caminho de perguntas novas, do que de respostas feitas. São as perguntas, as dúvidas, as surpresas, que fazem de nós buscadores de Deus, comunidade de peregrinos. Aceitemos fazer este caminho, acompanhando Jesus, desde a Sua entrada humilde em Jerusalém, passando pelo abaixamento extremo da sua Morte de Cruz, até à luz nova da Sua Ressurreição. Se queremos conhecer e seguir Jesus, se queremos saber quem é Ele, caminhemos com Ele até ao fim. Só na cruz e na luz da Páscoa saberemos verdadeiramente quem é Jesus para nós e quem somos nós para Ele. Sigamos então Jesus até ao fim!

[Se houver procissão de Ramos]: Imitemos a multidão que aclamava Jesus na cidade santa de Jerusalém e caminhemos em Paz.

 

Homilia no Domingo de Ramos na Paixão do Senhor A 2023 - Depois da proclamação do Evangelho da Paixão

 

1. Abraça o presente da Páscoa: é Cristo vivo.Somos todos desafiados, especialmente nesta Semana Santa, a abraçar a Cruz de Jesus, deixando-nos abraçar por Ele. Do alto da Cruz, Jesus já não ensina as multidões com a Palavra, mas abre os braços a todos. O gesto da Cruz, o gesto dos seus braços estendidos, é um abraço do Céu à Terra. Na Cruz, Jesus abraça o mundo inteiro. E assim mostra-nos que o nosso Deus é verdadeiramente um Deus de braços abertos! Abraçados e “agarrados a Ele, viveremos(CV 127).

2. Na Cruz, Jesus quer abraçar tudo o que há em nós. Ele abraça o nosso sofrimento, as nossas pobrezas, as nossas fragilidades, contradições, pecados e misérias, abraça até a nossa morte. Ele abraça tudo isto, para tomar, como Sua, a nossa paixão, isto é, o nosso sofrimento e a dor da humanidade inteira. Por isso, Aquele Jesus que morre crucificado, também morre fuzilado na guerra, também morre num canto de estrada, também morre na cadeira elétrica, também morre na cama de um hospital, também morre de cancro, também morre julgado injustamente, também morre de morre de fome, de sede e de frio; também morre abusado, desprezado, preso, silenciado ou abandonado. Na Sua Paixão, Cristo fez-se solidário com todas as vítimas de todos os tempos. Ele viveu a sua Paixão por nós, viveu-a para nós, viveu-a em vez de nós! Abraçados e agarrados a Ele, viveremos(CV 127).

3. Desde este abraço na Cruz, não há nenhuma solidão humana, nenhum silêncio, nenhuma experiência de dor ou de abandono, que não possa reviver-se no silêncio e no abandono com que Jesus morreu na Cruz, ao exclamar: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste» (Sl 21/22), ou, como traduzem alguns: “Meu Deus, meu Deus, a que me abandonaste”?Sempre que ouvimos e repetimos esta oração de Jesus na Cruz, sabemos que somos amparados pelo Seu abraço! Estes braços abertos de Jesus na cruz são o grande abraço de Deus à nossa humanidade.Os seus braços abertos consolam-nos e acariciam-nos. Abraçados e “agarrados a Ele, viveremos(CV 127).

4. Irmão e irmã: ao longo destes dias santos desta Semana Maior “olha os braços abertos de Cristo crucificado. Deixa-te salvar uma e outra vez” (CV 123).Deixa-te abraçar por Ele. Porque só aquilo que, em ti é abraçado por Ele, pode ser transformado (cf. CV 120). Que esta Semana Santa seja vivida para nós, na intimidade deste abraço à Cruz de Cristo que é a nossa… e neste abraço à nossa Cruz, que é a d’Ele. “E agora, tenta ficar um momento em silêncio, deixando-te amar por Ele. Tenta silenciar todas as vozes e fica por um instante nos seus braços de amor” (CV 115), porque o melhor lugar no mundo é dentro de um abraço! Abraçados e “agarrados a Ele, viveremos” (CV 127).

 

 

 


 

 

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