Liturgia e Homilias no 4.º Domingo do Advento C 2021
Destaque

Pés ao caminho. Juntos pelo Natal. Este é o lema da nossa dinâmica pastoral, para um Natal em modo sinodal. Para esta última semana do Advento, às portas do Natal, o desafio é este: Acelera o passo! Gasta a sola dos sapatos. Deixemo-nos mover pelo exemplo de Maria: depois do seu “sim”, que dá origem à estação e à gestação do Natal,Maria percorre 120 km de Nazaré à Judeia, atravessando montanhas,ao encontro da sua prima Isabel. É um caminho de gestação e de esperança, pois leva no seu seio o Menino Deus, que Se faz Homem. É um caminho íngreme, desconhecido, mas que Ela percorre com audácia e coragem criativa, pois também nas asperezas do caminho crescem flores brancas de esperança. Com o seu exemplo, a Virgem Maria incita-nos a sairmos de casa, da nossa zona de conforto, para levarmos às periferias do nosso mundo, aos mais sós e distantes, a presença do Senhor.

Homilia no IV Domingo do Advento C 2021

 

1. Acelera o passo. Gasta a sola dos teus sapatos! É o grande desafio da Visitação de Maria, para esta 4.ª semana do Advento, a mais próxima do Natal, com estradas e caminhos mais movimentados, por viagens de visita e de encontros familiares. O Evangelho dá-nos conta da santa viagem de Maria, na sequência e por consequência do seu sim à Palavra de Deus. Depois do seu eis-me aqui, Maria pôs-se imediatamente a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá, ao encontro da prima Isabel. Perante a novidade da situação, Maria não se refugia nos esquemas, seguranças e planos do passado. Levanta-se e parte por um caminho novo. Num momento em que seria mais natural cuidar da sua gravidez, na segurança da sua casa, preparando o enxoval… ou esconder-se, assustada com a crise que sobre Ela se abateu, Maria, movida pelo Amor que a habita, põe pés ao caminho, acelera o passo, sem medo de gastar a sola dos sapatos. Maria, de facto, não se deixa confinar nos seus problemas. Ela carrega no seu ventre Jesus Cristo, o Amor em carne viva, e leva, na pressa dos seus pés a caminho, a caridade fraterna que O manifesta aos outros.Neste novo normal da sua vida, Maria não se aquieta passivamente. Decide. Atua. A viagem constitui uma forma clara e comprometida de resposta do amor ao amor de Deus.

2.Deste modo, Maria desafia-nos a levantarmo-nos, a acelerarmos o passo, a gastarmos a sola dos sapatos, para levarmos aos outros o Amor vivo, com sinais de um Amor em ação. Com Maria, aprendemos a caminhar em direção às margens da vida, para vermos a realidade com os próprios olhos, para tocarmos e nos deixarmos tocar por essa realidade e arregaçarmos as mãos, prontos a fazer o que é preciso e a fazê-lo sem demora, o mais depressa possível, porque os pobres não podem esperar. Este é o tempo de agir e de reagir, de forma criativa, para que o amor dê forma concreta à esperança, em gestos de proximidade, de partilha, de escuta, de bondade, de entreajuda, de misericórdia e compaixão. Na verdade, nesta pandemia e depois dela, só “existem dois tipos de pessoas: aquelas que cuidam do sofrimento e aquelas que passam ao largo; neste momento, quem não passa ao largo, ou está ferido ou carrega aos ombros algum ferido” (cf. FT 70): os sós, os idosos, as pessoas com deficiência, os que estão de luto. Urgem cristãos que se tornem verdadeiros ministros da consolação!Teremos, pois, de reinventar o nosso modo cristão de ser e de viver: se é verdade que a participação na Eucaristia dominical é um sinal irrenunciável de uma vida cristã consciente e coerente (cf. NMI 36), também deve ser claro para todos que não há, nem pode haver, um católico praticante sem um compromisso cívico, social, caritativo, sem a prática concreta do serviço, do voluntariado, da partilha, do cuidado dos outros. E isso começa com os de nossa casa e alarga-se a todos os outros que, não sendo do nosso sangue, são nossos irmãos, membros da mesma família humana, membros do mesmo Corpo de Cristo, a quem é preciso lavar, alimentar, medicar, amparar, acompanhar. Precisamos de uma nova fantasia da caridade (NMI 50), de uma caridade criativa, para responder às necessidades, sem deixar ninguém para trás.

3. Irmãos e irmãs: revisitemos o nosso plano de visitas e de viagens, para os próximos dias natalícios. Cada um deixe ressoar dentro de si estas perguntas, para rescrever as respostas no seu Bilhete-postal à Família Natal: “Quem vais visitar neste Natal? Quais são os mais distantes de quem precisas de te aproximar”? Em processo sinodal, interroga-te e responde na tua Carta Sinodal ao Papa Natal: “Quem são hoje os mais distantes da Igreja? Como pode a Igreja, através de ti, chegar até eles”?

 

Talvez o Espírito Santo, o teu verdadeiro GPS (Guia Permanente da Santidade), refaça a rota dos teus caminhos e te dê o impulso novo que ainda te faltava. Então, acelera o passo. Gasta a sola dos teus sapatos. Nos passos de Maria,pés ao caminho. Juntos pelo Natal.

 

 

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