Liturgia e Homilias no XVI Domingo Comum B 2021
Destaque

«Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco» (Mc 6,31)! É Cristo, o Bom Pastor, que Se compadece de nós, Seus discípulos missionários, e nos leva a descansar, nos conduz e nos prepara a mesa da abundância. Aqui reconforta a nossa alma. Vamos, na escuta da Sua Palavra e ao abrigo da Sua presença, celebrar o domingo do nosso repouso, da nossa paz e da nossa alegria no Senhor!

Homilia no XVI Domingo Comum B 2021

 

«Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco» (Mc 6,31)! O convite não podia ser mais oportuno para este tempo de descanso, para que Deus não fique de férias! Cristo oferece-Se Ele mesmo como destino e companhia para estas férias de verão. Como viver então este tempo? Deixamos aqui algumas sugestões, com ligeiras adaptações de um Decálogo, proposto pelos bispos franceses, para umas férias mais divinas que divinais:

 

1.º: Mede a temperatura da caridade! Dedica tempo aos outros, reflete sobre o peso que o amor concreto, de atenção, de visitação, de companhia, terá durante as tuas férias. Caso contrário, o período de verão corre o risco de se tornar somente um tempo de egoísmo, disfarçado de relaxe.

2.º: Leva Deus na tua mala. É o teu certificado digital espiritual. Leva contigo um Evangelho de bolso, uma pequena Bíblia, a vida de um santo, uma pequena obra de teologia, um bom livro; descarrega no teu telemóvel uma aplicação para a leitura do Evangelho diário, para a oração pessoal. Alguns sinais visíveis podem servir de lembrete para te aproximares do invisível, do inefável: um terço, um pequeno ícone ou um crucifixo.

3.º: Mede o nível de oxigénio da tua oração. Leva Deus no teu coração e deixa-O palpitar em cada momento e em cada movimento das tuas viagens e paragens, porque a tua fé vive, como do ar que respiras, da tua ligação íntima e permanente com o Senhor. Se te faltar o oxigénio da oração, liga de imediato para a linha “24 horas com o Senhor”.

4.º: Evita o contágio de qualquer vírus mortal. Foge dos lugares sem Deus, isto é, daquelas situações ambíguas, dispersivas e destruidoras, que te contagiam negativamente e prejudicam o teu vínculo com o Senhor e com o teu próximo.

5.º: Mantém-te “onlife” com o Senhor. Vive as férias como um prolongamento do domingo e antecipação do repouso eterno; dedica, todos os dias, um tempo muito especial a pores a conversa em dia com o Senhor. A rede nunca cai!

6.º: Alimenta-te bem. Não faltes à Eucaristia dominical, usando desculpas triviais e, se for possível, participa até nalguma celebração da Missa diária. Pode ser tão enriquecedor conhecer outro pastor, outra comunidade. Aproxima-te. Diz onde vens, ao que vens.

7.º: Olha para além do que vês. Há vida para além do Sol e do futebol. Contempla a beleza presente na natureza, nas aves e nos lírios do campo, no silêncio das montanhas, na vastidão dos oceanos, nas artes, na maravilha do ser humano, porque, sem o contacto com a beleza, ficarás árido rapidamente.

8.º: Pratica diariamente exercícios de fé. Dá testemunho de Cristo, onde quer que estejas, porque, nas férias, não deves limitar-te a dizeres-te cristão, mas também a despertar e a animar a fé nos outros.

9.º: Usa e abusa da medicação SOS: “Serve o Outro Sempre”. Serve o teu próximo com humildade, gratuidade e hospitalidade. A tentação é gostares de ser servido porque pagas os serviços de outros. Encontra um jeito de te colocares sempre ao serviço de alguém, em gestos simples e caseiros, imitando e percorrendo o próprio caminho de Jesus, que veio para servir.

10.º: Festeja sem armar confusões. Celebra, comemora, alegra-te em tudo e com tudo e apesar de tudo, porque a tua alegria está no Senhor. Afasta-te para longe do ideal mundano da ociosidade preguiçosa e desumanizante; exala o perfume do amor de Deus, na gratuidade e no dom de ti mesmo.

Se viveres assim, no teu regresso, mais do que as fotos orgulhosas das tuas aventuras turísticas, voltarás com um coração mais leve e mais alegre. Não terão sido divinais, mas terão sido mais divinas as tuas férias com Deus.

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Homilia no XVI Domingo Comum B | 09h00

Batismo e Primeira Comunhão de Salvador (catecúmeno) e Batismo de Clara (bebé)

 

 

1.“Os Apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado” (Mc 6,30). É um tempo de partilha das vivências, das primeiras experiências da sua missão. É como se quisessem fazer um balanço, uma avaliação, uma prestação de contas, na companhia de Jesus. E Jesus convida-os: “Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco» (Mc 6,31). Como Bom Pastor, Jesus leva os Seus Apóstolos a descansar: Ele reconforta a alma, enche-lhes de paz o coração!

2.        Também nós hoje voltamos ao encontro com Jesus e podíamos partilhar o que foram estes três (ou mais anos), o que foi o dia do nosso Batismo, o dia da nossa Primeira Comunhão e como têm sido estes dias de festa com Jesus no coração. Jesus gosta que partilhemos com Ele o que nos vai na alma. Por isso, estarmos todos aqui reunidos, à Sua volta, é uma experiência de (re)encontro com Jesus, que podemos e devemos repetir em cada fim de semana. Ao domingo, Jesus convida-nos a descansar. Isso não significa “não fazer nada” ou “perder o tempo”. Não. Descansar é repousar no Senhor, pôr as mãos nas Suas mãos, o coração no Seu coração. Não deixeis, em cada domingo, de “descansar em verdes prados”, isto é, de descansar onde podeis encontrar repouso e repasto, alimento e paz. A Eucaristia é o lugar por excelência para esta experiência reconfortante. O domingo, como dia de repouso no Senhor, tem o seu coração na Eucaristia.

3. Mas o Pastor, que nos leva a descansar, que nos guia com os Seus ensinamentos, que nos apoia com o Seu cajado, também nos acaricia com três gestos muito belos. Diz o Salmista: “Ele conduz-me às águas refrescantes; com o óleo me perfuma a cabeça e para mim prepara a mesa” (cf. Sl 22/21).

4. Estas três ações do Bom Pastor têm lugar especialmente nos três sacramentos que iniciam a vida cristã:

§  Ele conduz-me às águas refrescantes: Ele entra na nossa vida, a partir do Batismo. Pelo Batismo, somos mergulhados nessa corrente do amor de Deus, lavados e purificados, renascidos e regenerados para a vida eterna.

§  Com o óleo me perfuma a cabeça: depois de sermos lavados nas águas do Batismo, somos perfumados, ungidos, «oleados», com este cosmético espiritual: o óleo do crisma. É assim, logo a seguir ao rito do Batismo e será assim no sacramento da Confirmação ou do Crisma. Este óleo sobre a fronte manifesta a beleza de sermos membros de Cristo, Sacerdote, Profeta e Rei.

§  Para mim prepara a mesa e o meu cálice transborda: esta é a experiência que vivemos em cada Eucaristia, em que Jesus Se faz Pão da Vida e Vinho novo, que dá ao coração uma alegria maior. Ele é o nosso alimento e é a razão da nossa alegria de viver. Receber o Pão e o Vinho da Eucaristia é entrar na alegria da comunhão com o Senhor e deixá-l’O entrar na nossa vida.

 

5.  Revivamos estes gestos, no Batismo do Salvador e da Clara, na Primeira Comunhão do Salvador. Alimentemos a graça do Batismo voltando, todos os domingos, ao encontro com o Senhor, na Eucaristia.

Não deixemos Jesus fora das nossas férias. Ele é a melhor companhia e o melhor destino para umas férias mais divinas que divinais.

 


 

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