Todos juntos na Arca da Aliança. Estamos a celebrar o 4.º domingo da Quaresma, o domingo «laetare», o domingo que traz o convite à alegria, porque o exílio e o confinamento não duram sempre; alegria porque a misericórdia de Deus é sempre maior que o nosso pecado; alegria porque o perdão é um dom capaz de fazer uma nova criação; alegria porque as trevas da noite dão lugar à luz mais clara que o dia. Alegria porque, nesta subida a Jerusalém, cheira já a Páscoa. Por esta alegria, a Liturgia da Igreja alivia do roxo para se vestir hoje de cor-de-rosa.

Todos juntos na Arca da Aliança. É a partir da Aliança entre Deus e o Seu Povo, que se compreende o Decálogo. É a partir desta Aliança, que se entendem as «Dez Palavras», que nos habituámos a designar por 10 Mandamentos. O Decálogo é o Documento da Aliança, o compromisso fundamental entre Deus e o Seu Povo. Precisamente, na Arca estavam guardadas as duas tábuas de pedra, as Tábuas da Aliança ou Tábuas do Testemunho.

Todos juntos na Arca da Aliança. No primeiro domingo da Quaresma, fomos conduzidos aos primórdios da Criação e entrámos com Noé na arca, confinados numa quarentena, para cuidar da vida e regenerar a humanidade. Com Noé descobrirmos o tesouro da nossa Casa Comum. Neste segundo domingo da Quaresma, vamos até às raízes mais antigas da nossa fé, até às origens do Povo de Deus. E aí encontramos a figura patriarcal de Abraão. Ele tornou-se «nosso pai na fé» e nós fazemos parte da sua descendência incontável. Por isso, nesta Eucaristia, queremos evocar e agradecer os que nos precederam na fé (Abraão, Moisés e Elias) e nos guiaram até Jesus, que é a Palavra definitiva do Pai na nossa história Queremos evocar e agradecer aqueles que estão nas raízes da nossa vida e nos transmitiram a fé, para estabelecermos com eles uma verdadeira aliança de gerações.

Todos juntos na arca da Aliança! Este é propósito que nos guia, neste caminho da Quaresma à Pascoa de 2021. Deus chama-nos a viver em aliança com Ele! Esta vida em aliança começa no Batismo. As águas destruidoras do dilúvio nos tempos de Noé dão lugar às águas batismais que nos salvam do naufrágio do pecado. Por isso, desde a origem da tradição cristã, toda a Quaresma se tornou uma preparação para o Batismo. “Na noite de Páscoa, renovaremos as promessas do nosso Batismo, para renascer como mulheres e homens novos por obra e graça do Espírito Santo” (Papa Francisco, Mensagem para a Quaresma 2021).Entremos, como Noé e todos os seus, todos juntos na arca da aliança, para salvar a família, para salvar o mundo, nossa Casa Comum!

Todos juntos na arca da Aliança”!  Este é o propósito que nos guia, neste caminho da Quaresma à Pascoa de 2021. Deus chama-nos a viver em aliança com Ele!  Esta vida em aliança começa no nosso Batismo, cujas promessas renovaremos na Páscoa do Senhor. Esta aliança vive-se, de modo especialmente belo, na alegria do amor conjugal e familiar. E, por isso, a nossa caminhada para a Páscoa, em tempos de pandemia e de confinamento, é eminentemente familiar. Irmãos e irmãs: reunimo-nos, hoje, para dar início a este percurso, que nos levará à Páscoa da nova aliança: aliança irrevogável da parte de Deus, sempre fiel ao Seu Amor; aliança, da nossa parte, muitas vezes ferida pelas nossas infidelidades. Aproveitemos então a graça deste tempo da Quaresma, não para maldizer a quarentena que dura há quase um ano, mas para renovar a nossa fé, a nossa esperança e a nossa caridade. Este é o tempo favorável para nos convertermos e voltarmos ao primeiro amor, numa vida em aliança com o Senhor. Desde este primeiro dia da Quaresma, peçamos ao Senhor esta grande graça.

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