Liturgia e Homilias V Domingo do Tempo Comum 2019
Destaque

Três grandes pecadores, à cabeça da missão: Isaías, o homem de lábios impuros, a quem Deus chama e envia; Paulo, o menor dos apóstolos por ter sido perseguidor de cristãos, que a graça de Deus transforma em arauto do Evangelho; e Pedro, o pecador convertido por Jesus em pescador de homens. “Jesus faz milagres também com o nosso pecado, com aquilo que somos, com o nosso nada, com a nossa miséria” (Papa Francisco, O nome de Deus é misericórdia, 89-90). Diante do Senhor, reconheçamos humildemente, como Isaías, como Paulo, como Pedro, a nossa pequenez e o nosso pecado, para que o Senhor nos tome, transforme e envie em missão.

Homilia no V Domingo Comum C 2019

1.        Todos discípulos missionários! Isaías, Paulo e Pedro e seus companheiros. Todos são escolhidos e chamados, ora na liturgia do templo, ora na curva da estrada, ora junto da barca estacionada. De Isaías, o Senhor serviu-Se para o enviar em Seu nome aos seus irmãos. A Paulo, Cristo agarrou-o, para transmitir a todos a Boa Nova do Reino. E, por fim, a Pedro, Jesus desafia a fazer-se ao mar, para o repescar e fazer dele e dos seus companheiros pescadores de homens. Ei-los todos e cada um, chamados e enviados em missão, ou dito daquele modo que já sabemos, todos discípulos missionários!

2.        E todos em missão, partem com tudo o que têm e apesar de tudo o que não têm. Todos eles exibem as suas feridas e boas desculpas para se descartar da missão: Isaías sente-se um homem de lábios impuros; Paulo considera-se o menor dos Apóstolos, quase um «abortivo»; Pedro reconhece-se um falhado, um grande pecador. Mas nada disso os dispensa da missão. Todos eles são chamados a dar aos outros o testemunho pessoal do amor com que o Senhor os chamou, salvou e enviou, sem olhar às suas imperfeições. Isto quer dizer uma coisa muito simples: “A nossa imperfeição não deve ser desculpa; pelo contrário, a missão é um estímulo constante para não nos acomodarmos na mediocridade, mas continuarmos a crescer(EG 121; cf. 84). Nem mesmo os males do nosso mundo e os da Igreja nos servem de escusa para reduzir a nossa entrega e o nosso ardor, na santidade e na missão. A medida da missão é a medida do amor. Portanto, na missão nada fica de fora. Eles deixaram tudo e seguiram Jesus, precisamente com tudo o que deixaram.

3.       Queridos irmãos e irmãs: este chamamento e este envio é para todos e cada um de nós; ninguém fica de fora, excluído ou dispensado. Nada nos pode servir de desculpa. “Não deixemos que as limitações, as fraquezas e mesmo os pecados nos bloqueiem e impeçam de viver a missão, porque Deus chama-nos a fazer o que podemos... e a pedir o que não podemos, sabendo que o seu amor nos agarra e transforma progressivamente(Papa Francisco, Discurso aos voluntários da JMJ, 7.1.2019; cf. GE 49-50). Na nossa fraqueza, basta-nos a Sua graça, para o trabalho da missão!

4.       Estamos em véspera(s) do Dia Mundial do Doente. E por isso queria também lembrar aos doentes, aos mais velhos, aos mais frágeis, que este Ano Missionário também lhes diz respeito. Se é “com todos, tudo e sempre em missão”, então não há suplentes, nem reformados, nem inúteis, nem inválidos, nem descartados. Nesta barca, os mais velhos ajudam a manter a direção, interpretando a posição das estrelas, e os mais jovens em diálogo com eles, remam com toda a sua força. A vossa missão, queridos irmãos, mais velhos, mais sós, ou mais frágeis, é tão simples como isto: transmiti aos filhos, aos netos, aos mais novos, a alegria da fé que recebestes; transmiti-lhes a sabedoria do Evangelho, que aprendestes na dor e no amor, ao longo da vida.

5.       A todos, em todas as idades e condições, Jesus chama e envia. Ele, o Homem do leme, deixa-nos esta ordem, para entrar na barca e zarpar em missão: “Faz-te ao largo e lançai as redes”! Lançai as novas redes sociais e digitais, as novas redes de vizinhança e de entreajuda, as novas redes de diálogo e de encontro, as novas redes de comunicação e de ligação. [Lancemos, ainda este ano, na nossa paróquia, a nova rede dos mediadores paroquiais, para chegar a este mar de gente. Os velhos canais de comunicação precisam de ser substituídos por novas redes de ligação e de comunhão entre pessoas e famílias, no seio da comunidade, nomeadamente através das novas tecnologias].

Lancemos então todas as redes, as que estiverem à nossa mão; lancemo-las, nesta terra abençoada, junto ao mar, com alegria e ousadia, com todos, tudo e sempre em missão!

 

Homilia no V Domingo Comum C 2019 – véspera do Dia Mundial do Doente

 

1.        Escutámos a história de três homens frágeis, de três pecadores. De Isaías, o Senhor serviu-Se para o enviar em Seu nome. A Paulo, Cristo agarrou-o, para transmitir aos outros a Boa Nova recebida. E, por fim, a Pedro, Jesus desafia a fazer-se ao mar, para assim o repescar e fazer dele pescador de homens.

2.        Bem vistas as coisas, todos eles exibem as suas feridas e têm boas desculpas para se descartar da missão: Isaías sente-se um homem de lábios impuros; Paulo considera-se o menor dos Apóstolos, quase um «abortivo»; Pedro reconhece-se um falhado, um grande pecador. Mas nada disso os dispensa da missão. Todos eles são chamados a dar aos outros o testemunho pessoal do amor com que o Senhor os chamou, salvou e enviou, sem olhar às suas imperfeições. Isto quer dizer uma coisa muito simples: “A nossa imperfeição não deve ser desculpa; pelo contrário, a missão é um estímulo constante para não nos acomodarmos na mediocridade, mas continuarmos a crescer(EG 121; cf. 84). Nem mesmo os males do nosso mundo e os da Igreja servem de escusa para reduzir a nossa entrega e o nosso ardor, na santidade e na missão.

3.       Queridos irmãos e irmãs: “Não vos assusteis com as vossas fraquezas; não vos assusteis com os vossos pecados: levantai-vos e continuai adiante(Papa Francisco, Discurso aos voluntários da JMJ, 7.1.2019). Porque afinal, “toda a pessoa é pobre, necessitada e indigente. Quando nascemos, a verdade é que para viver tivemos necessidade dos cuidados dos nossos pais; de forma semelhante, em cada fase e etapa da vida, cada um de nós nunca conseguirá, de todo, ver-se livre da necessidade e da ajuda de outros (…) Não devemos ter medo de nos reconhecermos necessitados e incapazes, porque não conseguimos, sozinhos e apenas com as nossas forças, vencer todos os limites. Não temamos este reconhecimento, porque o próprio Deus, em Jesus, Se rebaixou (cf. Flp 2,8), e rebaixa, até nós e até às nossas pobrezas para nos ajudar e dar aqueles bens que, sozinhos, nunca poderíamos ter(Papa Francisco, Mensagem para o Dia Mundial do Doente 2019). Por isso, “não deixemos que as limitações, as fraquezas e mesmo os pecados nos bloqueiem e impeçam de viver a missão, porque Deus chama-nos a fazer o que podemos... e a pedir o que não podemos, sabendo que o seu amor nos agarra e transforma progressivamente(Papa Francisco, Discurso aos voluntários da JMJ, 7.1.2019; cf. GE 49-50). Na nossa fraqueza, basta-nos a Sua graça, para o trabalho da missão!

4.       Estamos a viver este Dia Mundial do Doente, em pleno Ano Missionário, com todos, tudo e sempre em missão. Se é com todos, então na missão não há suplentes, nem reformados, nem inúteis, nem inválidos, nem descartados. Na verdade, nesta «barca» todos precisamos de todos. Os mais jovens remam com toda a sua força. Os cuidadores tratam das feridas e das dores ao longo da viagem. Os mais frágeis e idosos, com a sua sabedoria, ajudam a manter a justa direção da embarcação. Por isso, digo-vos, a vós, queridos doentes: não vos considereis apenas de entre aqueles que só têm a receber dos outros a atenção do amor, “mas senti-vos inseridos a pleno título, na vida e na missão da Igreja” (Papa Francisco, Alocução, Fátima, 13.5.2017). Dai aos filhos e netos tudo o que recebestes, transmitindo a sabedoria e a fé que da vida aprendestes.

5.       Mas como podemos realizar a nossa missão? Perguntareis vós! Eu diria: “A vossa presença silenciosa, mas mais eloquente do que muitas palavras, a vossa oração, a oferta diária dos vossos sofrimentos em união com os de Jesus crucificado pela salvação do mundo, a aceitação paciente e até feliz da vossa condição… são um recurso espiritual, um património para cada comunidade cristã. Não tenhais vergonha de ser um tesouro precioso da Igreja(Ibidem).

6.       Queridos cuidadores: aproximai-vos e deixai-vos converter pelos mais frágeis, que são o espelho da vossa própria fraqueza e o rosto de Cristo Crucificado.

7.       A todos os que Jesus chama e envia, Ele, o Homem do leme, deixa-nos hoje esta ordem, para entrar na barca e zarpar em missão: “Recebestes de graça. Dai de graça” (Mt 10,18). Quem dá o que tem, a mais não é obrigado.

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