Liturgia e Homilias - Solenidade de Cristo Rei e Senhor do Universo B 2018
Destaque

O caminho do discípulo chega à Cruz, onde Cristo reina, testemunhando a verdade sem a força da lei ou o poder das armas, mas com a sabedoria e a soberania do amor. Nesta solenidade de Cristo, Rei e Senhor do Universo, o discípulo de Jesus é chamado a olhar para Aquele que nos ama, para Aquele que trespassaram. E, diante d’Ele, há de converter-se ao Seu Amor. É este o Seu modo de reinar: Ele não reina dominando-nos, mas atraindo-nos no Seu amor.

Homilia no XXXIV Domingo Comum B 2018

Jesus Cristo é a testemunha fiel (Ap 1,5)!Ele veio para dar testemunho (Jo 18,37)!

 

1.O testemunho de Jesus diante de Pilatos é de muito poucas palavras! Aquele que nos ama, não Se arma! E, sem braço armado, não Se impõe! A mansidão humilde e a não violência são um traço da realeza de Jesus, que não é deste mundo. Ele é Rei, porque contrapõe o amor ao poder e vence o mal com o bem. Ele impera pelo amor e mais nada. Sem aliados poderosos, fica à mercê de homens livres, que escutam a Sua voz e O deixam reinar sobre si mesmos.

2.Em pleno Ano Missionário é bom recordarmos a importância do testemunho pessoal e do testemunho da comunidade cristã. Porque “o testemunho é a primeira forma de evangelização” (Red. Miss., 42) e, às vezes, a única forma possível de nos tornarmos missionários na nossa terra. No nosso meio urbano, o êxito da missão depende sobretudo da “capacidade de testemunhar, por parte de cada cristão e da Igreja”(Papa Francisco, Discurso, 27.11.2014).Foi São Paulo VI, que nos lembrou isto: “O homem contemporâneo acredita mais nas testemunhas do que nos mestres ou então se escuta os mestres é porque eles são testemunhas” (EN 41). Os nossos jovens, por exemplo, andam em busca, não de estrelas que amanhã ou depois caem, mas de testemunhas credíveis, de pessoas que vivem com coerência, sobriedade e transparência, a sua fé. Aqueles que tantas vezes lutam contra a Igreja e dizem mal dela são, ao mesmo tempo, os mesmos que esperam e exigem dos cristãos o excesso e o testemunho da sua diferença. Por isso, e bem, não nos perdoam a incoerência e a duplicidade de vida, os sinais de riqueza ou de mundanismo, a falta de coragem para dar testemunho público das nossas convicções ou das razões da nossa esperança. Pelo contrário, “o missionário que, apesar dos seus limites e defeitos humanos, vive com simplicidade, segundo o modelo de Cristo, é um sinal de Deus e das realidades transcendentes” (Red. Miss., 42). Hoje, mais do que nunca, é o testemunhoque atrai, que desperta a curiosidade das pessoas. Somos chamados a dar este testemunho, quantas vezes de modo silencioso e reverencial, diante da terra sagrada do outro (cf. Ex 3,5; cf. EG 169), a quem se acolhe, cuida e serve, sem aplauso, nem recompensa ou retorno.Testemunho quantas vezes silenciado pela comunicação social, que se agita com a tourada, mas ignora a boa ação, a perseguição e o martírio de tantos cristãos!

3. Mas é também importante o testemunho da comunidade cristã, que está no mundo sem ser do mundo, como comunidade alternativa, aí comprometida na construção do Reino(cf. Carta a Diogneto, séc. II). É muita bela, a este respeito, a visão de São Paulo VI, que vos proponho como um sonho real: “Suponhamos um cristão ou punhado de cristãos que, no seio da comunidade humana em que vivem, manifestam a sua capacidade de compreensão e de acolhimento, a sua comunhão de vida e de destino com os demais, a sua solidariedade nos esforços de todos para tudo aquilo que é nobre e bom. Assim, eles irradiam, de um modo absolutamente simples e espontâneo, a sua fé em valores que estão para além dos valores correntes, e a sua esperança em qualquer coisa que se não vê e que não se seria capaz sequer de imaginar. Por força deste testemunho sem palavras, estes cristãos fazem aflorar no coração daqueles que os veem viver, perguntas indeclináveis: «Por que é que eles são assim? Por que é que eles vivem daquela maneira? O que é, ou quem é, que os inspira? Por que é que eles estão connosco»? Pois bem: um semelhante testemunho constitui já proclamação silenciosa, mas muito valiosa e eficaz da Boa Nova. Nisso há já um gesto inicial de evangelização” (EN 21).

Irmãos e irmãs: a vida da Igreja é o seu testemunho e o testemunho da Igreja é a sua vida. Sede testemunhas do amor de Deus no mundo… na família, na escola, no trabalho, nos tempos livres. Porque, seja onde for, aí onde impera o amor, Cristo é Rei! Que o Seu Reino venha sobre nós!

 

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