Homilia na Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria 2018
A meio do mês e a meio desta 19.ª semana do Tempo Comum vale a pena pôr os olhos em Maria, nossa Mãe, para respondermos à pergunta do passado domingo: “Afinal, o que queremos nós ser? Missionários de poltrona? Ou discípulos caminheiros da fé?”.A figura de Maria, desenhada no Evangelho, apresenta-nos a Mãe de Jesus como a primeira discípula missionária do Seu Filho e, portanto, verdadeiro modelo eclesial para a evangelização. Vejamo-lo em três imagens muito simples:
1. Em primeiro lugar, Maria é aNossa Senhora do Ó, a Mãe da expectação! Ela apresenta-Se grávida e, por isso, “cheia da presença de Cristo” (EG 288). E a graça dessa presença, no dizer da Sua prima Isabel, é fruto da fé de Maria, isto é, da Sua correspondência plena ao amor de Deus, numa existência totalmente entregue ao Eterno. “Mãe e discípula, - dizia Santo Agostinho - para Maria foi mais importante ser discípula que ser mãe”. Por isso, Isabel a proclama “bendita entre as mulheres” (Lc 1,42) e intui claramente que toda a Sua grandeza e felicidade Lhe vem da fé: “Feliz és tu porque acreditaste” (Lc 1,45). Assim, Maria é a “primeira discípula de Jesus”, a primeira na profundidade da Sua fé humilde e a primeira no tempo da resposta a Deus e do seguimento fiel de Jesus, desde o berço até à Cruz.
2. Em segundo lugar, Maria é a “Senhora da Prontidão” (EG 288)! “Cheia da presença de Cristo, levou a alegria a João Batista, fazendo-o exultar no seio de sua mãe” (EG 288). Maria é aquela discípula caminheira de que falávamos no domingo, aquela discípula que sai de si mesma e a toda a pressa, sem desculpas nem adiamentos, ao encontro dos outros. Em Maria, encontramos um perfeito modelo para a evangelização, porque n’Ela se combinam harmoniosamente o espírito orante e a caridade ativa, a ponderação dos sinais de Deus e a atenção às necessidades do próximo, a humildade do serviço e a ternura do afeto, a pausa silenciosa da escuta e o caminho lesto de saída ao encontro dos outros. Quando olhamos para Maria, “voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto” (EG 288). Por tudo isto, Maria é, para nós, a primeira missionária, que nos ensina aquela audácia de buscar novos caminhos, mesmo se tortuosos e arriscados, para que chegue a todos o dom da beleza da fé que não se apaga mas se apega; para que chegue a todos os confins da Terra a alegria do Evangelho!
3. Em terceiro lugar, Maria éaSenhora da Assunção! Percorreu o caminho da fé, na luta e na esperança. Mas já alcançou a meta prometida, a vitória da ressurreição. Neste sentido, o discípulo missionário deixa-se guiar por esta bela Estrela da nova Evangelização, para não ser um caminheiro “a correr pelo mundo, sem direção nem sentido” (EG 46), mas orientado em direção à Pátria definitiva, onde já Se encontra, na glória, a Virgem Santa Maria. Em Maria, sabemos que a fé é um caminho para a vida; é um caminho de saída e é um caminho com saída para a vida eterna!
A Maria, confiemos, desde já, o nosso Ano Pastoral 2018/2019, rezando:
Nossa Senhora da Expectação, sois a primeira e a mais perfeita discípula do Senhor: ajudai-nos a dizer o nosso «sim»perante a urgência de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus!
Nossa Senhora da Prontidão, sois a primeira missionária, portadora do Evangelho vivo: dai-nos a audácia de levar Jesus a todos e todos a Jesus, como amigo que traz amigo, todos à procura de mais um!
Nossa Senhora da Assunção: sois o sinal de esperança na vitória e a Estrela da nova Evangelização: dai-nos a firmeza, a paciência e a mansidão, para fazermos todos da alegria do Evangelho a nossa missão. Ámen.
