Liturgia e Homilia na Solenidade da Ascensão do Senhor B 2018
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Passados 40 dias da Páscoa, celebramos, neste 7.º domingo, a solenidade da Ascensão do Senhor. Não se trata de “uma fuga para o alto”, como se Jesus desaparecesse da nossa vista. Mas à nossa vista, Ele é elevado e exaltado pelo Pai, levando-nos e elevando-nos com Ele na sua glória. Também nestes dias 12 e 13, deste segundo domingo do mês de maio, é impossível não recordar a presença materna de Maria, como Mãe da Esperança, no caminho da Igreja. 

LITURGIA E HOMILIA NA ASCENSÃO DO SENHOR B

12 e 13 de maio de 2018

 

1.Desde o primeiro domingo da Páscoa, e já lá vão 40 dias, temos vindo a subir, degrau a degrau, pela escada da Cruz, pois “fora da Cruz não há outra escada por onde se suba ao céu” (Santa Rosa de Lima; cf. CIC, n.º 618). Na verdade, a Cruz é, ao mesmo tempo, a escada por onde Jesus desce do Céu à Terra e pela qual Ele ascende do abismo da morte à glória do Céu. Jesus desceu do Céu, isto é, saiu do mais íntimo do coração de Deus, assumiu a nossa inteira humanidade, humilhando-Se até à morte e morte de Cruz. Por isso, e porque desceu até nós, Deus O exaltou, elevando-O até junto d’Ele. Mas agora, com uma diferença: se ao descer a este mundo, Jesus trouxe Deus à nossa humanidade, agora, ao subir para o Pai, Jesus leva e eleva com Ele a nossa pobre humanidade, que assim chega ao coração de Deus. Eis então a beleza da Ascensão: Deus no homem e o homem em Deus. Dito de outro modo, Jesus, na sua humanidade glorificada pela ressurreição, atravessou o limiar do Céu e, uma vez elevado ao Céu, leva e eleva com Ele a nossa carne humana: a nossa humanidade está lá, está em Deus, para sempre. Por isso, a Ascensão é realmente “a festa da nossa esperança: tendo-nos precedido na glória como nossa Cabeça, para aí [Jesus] nos [atrai e] chama como membros do seu Corpo” (cf. Oração coleta).Doravante, já o sabemos: Deus nunca Se cansará de nós e da nossa atribulada subida até Ele. O seu amor tudo espera!

 

2.“O amor tudo espera” (1 Cor 13,7)! Este é o atributo do amor que colocamos esta semana no penúltimo degrau da escada da Cruz, como programa de vida familiar. À luz do mistério da Ascensão do Senhor, nós aprendemos a não desistir nem a desesperar do lento caminho de cada pessoa, no seu processo de transformação, de superação e elevação. Quem ama, acalenta sempre a esperança de que o outro possa vir a ser melhor, vive a esperança de que, no outro, possa vir a florir algo de novo e de mais belo. Isso não significa que, nesta vida, tudo vai mudar; o amor que tudo espera sabe dar tempo ao tempo, aceita humildemente que nem tudo acontecerá como se deseja, mas vive desta esperança: Deus escreve direito por linhas tortas e sabe tirar algum bem dos males que não se conseguem vencer nesta terra.Aqui nos aparece a esperança, no seu sentido pleno, porque inclui a certeza de uma vida para além da morte. Aquela pessoa, com todas as suas fraquezas, mesmo assim, é chamada à plenitude do Céu: lá, quando ela estiver completamente transformada pela ressurreição de Cristo, deixará de ter as suas fraquezas, os seus defeitos, o seu lado negro, as suas patologias; lá, o verdadeiro ser daquela pessoa resplandecerá em toda a sua potência de bem e de beleza (cf. AL 116-117). A Ascensão revela-nos, em toda a sua beleza e grandeza, esta altíssima vocação de cada pessoa humana, chamada à vida eterna e plena no Reino de Deus. Está assim, dito ao Homem, que ele deve viver para as alturas de Deus.

 

3.Mas nós celebramos este domingo, em pleno mês de maio, e nestes dias 12 e 13, que avivam em nós a experiência da presença materna de Maria. Entre a Páscoa e o Pentecostes, Maria é a Mãe da Esperança, no meio daquela comunidade de discípulos tão frágeis, em que um negou, muitos fugiram e todos sentiram medo (cf. At 1,14). Mas Maria simplesmente estava lá, na primeira Igreja, envolvida pela luz da Ressurreição, mas também pelos tremores dos primeiros passos, que devia dar no mundo. Por isso, todos nós A amamos como Mãe. Não somos órfãos: “temos Mãe, temos Mãe” (recordou-nos há um ano o Papa Francisco). Ela ensina-nos a virtude da esperança, quando tudo parece sem sentido! Maria permanece confiante no mistério de Deus, mesmo quando Ele parece desaparecer por culpa do mal do mundo. Juntamente com Jesus, Maria acompanha-nos. Ela já está na casa do Pai, é a Rainha do Céu e assim A invocamos neste tempo. Com Jesus e como Jesus, Ela está connosco, caminha connosco! Em todas as horas, Ela mostra que é nossa Mãe. Que Maria, a Mãe da Esperança, nos ajude a viver o “amor que tudo espera” (1 Cor 13,8), com os pés na terra, os olhos no irmão e o coração no Céu!

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