Liturgia e Homilia no XXXIII Domingo Comum C 2016
Destaque

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, / Muda-se o ser, muda-se a confiança: / Todo o mundo é composto de mudança, / Tomando sempre novas qualidades”. 

Homilia no XXXIII Domingo do Tempo Comum C 2016 (1.ª fórmula)

 

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, / Muda-se o ser, muda-se a confiança: / Todo o mundo é composto de mudança, / Tomando sempre novas qualidades”.

1. Assim escreveu o nosso grande poeta Camões, que, por certo, conheceria o Evangelho deste domingo, mas estava longe de navegar por estes novos meios, que vieram atracar, esta semana, em Lisboa, na web summit, a grande cimeira tecnológica. Mais longe, e tão perto, foi a viragem política na América, numa espécie de terramoto, que poderá ter várias réplicas, aqui no cantinho europeu. O mundo é realmente composto de mudança e Nosso Senhor já nos tinha posto de sobreaviso. Não é amanhã, nem depois de amanhã, nem para o ano que vem, que tudo isto, que nos parece assustar, irá acontecer. É de ontem, é de hoje e é de sempre, que o mundo sempre gira, em mutação, em alta rotação!

2. Mas, neste mundo, composto assim de mudança, permanece, na pessoa, a necessidade do encontro, do pouso e do repouso, da aragem e da paragem, de um toque da ternura, do sabor da comida, do olhar cruzado, do rosto beijado, do corpo abraçado, do cheiro único da pessoa, da terra, dos frutos. A pessoa humana permanece a mesma! Cada vez mais ligada às máquinas, e ao virtual, e cada vez mais carente de uma presença, de uma proximidade pessoal, de carne e osso, de lágrimas e sorrisos! Tudo passa, tudo cai; tudo se se desmorona, para dar lugar a qualquer coisa nova, mas isto mesmo permanece: a infinita sede de amar e de ser amado. O amor é o que fica de tudo o que passa! Se não houver amor, a rede social enreda em vez de unir; a imagem cega em vez de iluminar; a aplicação prende, em vez de ligar. Convém não nos iludirmos com as falsas profecias da rapidez e da facilitação, que isto de viver, de amar e de sofrer, de edificar a vida sobre um fundamento sólido, é uma história vagarosa, que dá muito trabalho, e exige muita paciência.

3. Talvez pudéssemos resumir as palavras de Jesus, na sigla TPC, que todos conhecemos dos tempos da Escola, e que resumiria assim: “T”, de Testemunho; “P” de Perseverança. E “C” de Confiança.

T –De “Trabalho”, de empenho e compromisso, na transformação do mundo, mas sobretudo um “T” de Testemunho. Os tempos difíceis não são para lamentos, nostalgia ou desalento. Não é a hora da resignação, passividade ou demissão. A ideia de Jesus é outra: em tempos difíceis «tereis ocasião de dar testemunho». É agora precisamente que temos de ser testemunhas humildes, mas audazes e convincentes de Jesus, da Sua mensagem e do Seu projeto.

P – De “Perseverançaou de “Paciência”: «Com a vossa perseverança salvareis as vossas vidas». Entre os cristãos, falamos pouco da paciência, mas precisamos dela, mais do que nunca. É o momento de cultivar um estilo de vida cristã, paciente e tenaz, que nos ajude a responder a novas situações e desafios, sem perder a paz nem a lucidez. Não temos de perder a calma, mas de assumir a nossa própria responsabilidade.

C –De “Confiança”. Não se nos pede nada que esteja acima das nossas forças. Contamos com Jesus, que está connosco, até ao fim dos tempos. Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre. E não muda com as nossas mudanças. A Sua palavra, a Sua presença, o Seu amor, permanecem. Ele mesmo nos dará «língua e sabedoria a que nenhum dos nossos adversários poderá resistir ou contradizer». Mesmo, num ambiente hostil de rejeição ou desafeto, podemos viver a alegria do Evangelho.

Fiquem então com estas três palavras-chave. E não tenham medo de abrir as portas ao futuro!

 

Homilia no XXXIII Domingo do Tempo Comum C 2016(2.ª fórmula)

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, / Muda-se o ser, muda-se a confiança: / Todo o mundo é composto de mudança, / Tomando sempre novas qualidades”.

1. Assim escreveu o nosso grande poeta Camões, que, por certo, conheceria o Evangelho deste domingo, mas estava longe de navegar por estes novos meios, que vieram atracar em Lisboa, na web summit, a grande cimeira tecnológica. Mais longe, e tão perto, foi a viragem política na América, numa espécie de terramoto, que poderá ter várias réplicas, aqui no cantinho europeu. O mundo é realmente composto de mudança e Nosso Senhor já nos tinha posto de sobreaviso. Não é amanhã, nem depois de amanhã, nem para o ano que vem, que tudo isto, que nos parece assustar, irá acontecer. É de ontem, é de hoje e é de sempre, que o mundo sempre gira, em mutação. 

2. E nós, que navegamos assim, entusiasmados, na grande cimeira tecnológica, damo-nos conta, de que esta já não é apenas uma época de mudança, mas uma mudança de época! De repente, as nossas armas de trabalho enferrujaram todas e temos de aprender a manusear novas ferramentas, novas linguagens, novos conceitos. De repente, o mercado deixou de ter cheiro às coisas da terra e é feito agora de sons, imagens e movimentos, que dão nas vistas e têm efeitos virais. Entramos, sem querer, numa espécie de nuvem do não saber, perante a avalanche de informações e aplicações, com as quais a nossa fortuna ou azar podem estar a um simples toque digital. E até o Evangelho nos chega, por email, antes ainda de acordarmos. E mesmo a nossa oração, pode ser guiada por uma simples aplicação de telemóvel. É todo um mundo velho que acaba e um mundo novo que começa. Em alta velocidade, com grande pressa!

3. Mas, neste mundo, composto assim de mudança, permanece, na pessoa, a necessidade do encontro, do pouso e do repouso, da aragem e da paragem, de um toque da ternura, do sabor da comida, do olhar cruzado, do rosto beijado, do corpo abraçado, do cheiro único da pessoa, da terra, dos frutos. O homem, a pessoa humana, permanece a mesma! Cada vez mais ligada às máquinas, e ao virtual, e cada vez mais carente de uma presença, de uma proximidade pessoal, de carne e osso, de lágrimas e sorrisos! Tudo passa, tudo cai; tudo se desmorona, para dar lugar a qualquer coisa nova, mas isto mesmo permanece: a infinita sede de amar e de ser amado. O amor é o que fica de tudo o que passa! Se não houver amor, a rede social enreda em vez de unir; a imagem cega em vez de iluminar; a aplicação prende, em vez de ligar. Convém não nos iludirmos com as falsas profecias da rapidez e da facilitação, que isto de viver, de amar e de sofrer, de edificar a vida sobre um fundamento sólido, é uma história vagarosa, que dá muito trabalho, e exige muita paciência. Jesus pede-nos serenidade na mudança, sabedoria nas escolhas, compromisso com a melhoria do mundo, perseverança e paciência, diante das crises, perseguições e dificuldades. Sem deixar cair os braços. Que a esperança do fim deve pôr-nos em estado de transformação.

4.Talvez pudéssemos resumir as palavras de Jesus, numa sigla, que todos conhecemos da Escola. E eu dar-vos-ia então o TPC, o nosso trabalho para casa: “T”, de Testemunho; “P” de Perseverança. E “C”, de Confiança.

(pode incluir-se a explicação das três palavras-chave da 1.ª fórmula da homilia)

Fiquem então com estas três palavras-chave. E não tenham medo de abrir as portas ao futuro!

 

Tópicos para a Homilia na Missa com Catequese - XXXIII C 2016

Talvez pudéssemos resumir a Palavra de Deus, neste domingo, na sigla TPC, que todos conhecemos dos tempos da Escola, e que resumiria assim: “T”, de Testemunho e de Trabalho; “P” de Perseverança e Paciência. E “C”, de Calma e Confiança.

TTestemunho: É um desafio para todos os cristãos, em tempos difíceis. Não devemos ter vergonha. É preciso saber dar a cara por Jesus. Ser diferente, num mundo indiferente. Ser capaz de falar de Jesus e de levar Jesus aos outros. Mas “T” é também um “T” de “Trabalho”: precisamos de fazer bem a nossa parte. Precisamos de “trabalhar” para merecermos o que comemos. Para os meninos, obviamente, “trabalhar” é estudar, é colaborar nas tarefas lá de casa, é colaborar na construção de um mundo mais limpo, mais belo, mais alegre.

P – Perseverança: Não desistir. Não desanimar. Manter-se firme. Ser paciente. Para os meninos é sobretudo perseverar no estudo, na oração, na amizade, na escola, na catequese, na Eucaristia. Para os pais e casais, perseverar é manterem-se fiéis aos compromissos, perseverar no casamento, na relação, na família, na comunidade. É serem pacientes com o marido, a esposa, os filhos. Ser paciente, é não se deixar levar pelos impulsos interiores e evitar agredir, transformando a família num campo de batalha. Esta paciência reforça-se quando reconheço que o outro, assim como é, também tem direito a viver comigo nesta Terra. O amor possui sempre um sentido de profunda compaixão, que leva a aceitar o outro como parte deste mundo, mesmo quando age de modo diferente daquilo que eu desejaria (cf. Papa Francisco, Amoris Laetitia, n.s 91-92).

C – Confiança:Jesus está connosco. Caminha connosco. Coopera connosco. Dá-nos força e sabedoria. Não podemos ficar paralisados pelo medo. Precisamos de assumir os nossos compromissos, na família, na escola, na catequese, na Eucaristia. Para os pais, a confiança leva-os a não ter medo de se comprometer, não ter medo dos compromissos definitivos, no casamento, na família, para levar a vida sempre mais a sério!

Fiquem então com estas três palavras-chave. E não tenham medo de abrir as portas ao futuro!

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