Liturgia e Homilia do XIV Domingo Comum C 2016
Destaque

A alegria do Evangelho é a nossa missão. Felizes os misericordiosos!

Este lema do ano pastoral, que estamos agora a concluir, colhe particular inspiração e aplicação, na Palavra de Deus, que nos é dada a saborear, nesta Eucaristia, [e que constitui a fonte e a meta da nossa peregrinação jubilar]. E podemos resumi-lo em três palavras inseparáveis: alegria, missão e misericórdia.

Homilia no XIV Domingo comum C 2016 [Peregrinação Jubilar]

A alegria do Evangelho é a nossa missão. Felizes os misericordiosos!

 

Este lema do ano pastoral, que estamos agora a concluir, colhe particular inspiração e aplicação, na Palavra de Deus, que nos é dada a saborear, nesta Eucaristia, [e que constitui a fonte e a meta da nossa peregrinação jubilar]. E podemos resumi-lo em três palavras inseparáveis: alegria, missão e misericórdia.

 

1.Primeira palavra:a alegria do Evangelho. Não é a alegria momentânea ou instantânea, que brota de um coração comodista, sem tempo nem lugar para os outros. Não é a alegria dos grandes sucessos mundanos, nem sequer a alegria dos nossos êxitos pastorais. Não. É a alegria do Evangelho, que nasce do encontro com Cristo. E aqui “Evangelho” não designa sequer um livro, de entre os quatro, que abrem o Novo Testamento. Não. «Evangelho» é aqui a “Boa Nova”, a “Boa Notícia” do Amor de Deus, que nos conhece pelo nome, que Se faz próximo de nós, deste Amor que nos precede e nos excede. Dirás então: é um amor tão belo, que, por amor, não o posso calar. Conheci Jesus, descobri o seu amor, experimentei o seu perdão, fui liberto de uma vida aprisionada pelo pecado, pela tristeza, pelo vazio, pelo isolamento… Pois então: é isto mesmo que sou chamado a anunciar, com um rosto transfigurado, um coração recriado, uma vida renovada.

 

2.E eis-nos já na segunda palavra: missão,«aalegria do Evangelho é a nossa missão». Diz-nos o Papa: “aquilo que descobriste, o que te ajuda a viver e te dá esperança, isso é o que deves comunicar aos outros” (EG, 121). E é, por isso, e necessariamente, uma alegria que se renova e comunica, que se faz «Evangelho vivo», que se torna boa nova para os outros. E quando esta alegria é estampada no rosto, quando deixa marcas na vida, então esta alegria tem um imenso retorno e corre como um rio de paz: «os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria». Somos desafiados, por isso, “a uma nova etapa evangelizadora, marcada por esta alegria do Evangelho” (Cf. EG, 1). E esta missão diz respeito a todos os discípulos, a todos os batizados; é missão universal, que nos envia a todos, ao encontro de todos e não apenas daqueles que nos procuram. Esta missão não é, por isso, facultativa, não é uma segunda vocação, um adereço. É marca de origem do cristão. Adverte o Papa: “Não digamos mais que somos «discípulos» e «missionários», mas sempre que somos «discípulos missionários»” (EG, 120). Pelo que, face às exigências do discípulo e do mundo, só há mesmo uma alternativa: ou missão ou demissão cristã (M. Delbrêl)!

 

3.E aúltima palavra, mas não a menos importante, é misericórdia: indexamos ao lema pastoral, neste Ano da Misericórdia, a bem-aventurança: «Felizes os misericordiosos» (Mt 5,7). Mas esta mesma bem-aventurança que proclama «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia», bem poderia dizer «Felizes os misericordiosos, porque alcançaram misericórdia». Ou dito de outro modo, “Felizes os misericordiosos, porque foram «misericordiados», alcançados pela misericórdia”.Olha para ti mesmo, repassa a tua história e conta-a devagarinho e nela verás despertar, mesmo no meio das angústias, uma secreta alegria, e sentirás fluir a paz de Deus, como um rio de misericórdia. Verás então quanto foste amado, redimido, recriado, tocado, abraçado, amamentado, transformado pela ternura materna de Deus, que, na sua infinita misericórdia, nunca Se cansa de te perdoar.

 

[Por isso, simbolicamente, atravessamos a Porta Santa, como quem vai ao encontro da indulgência de Deus, para que Ele nos liberte do peso e da força do pecado, dos escombros e dos efeitos ainda presentes do nosso passado. Graças à indulgência, fazemos a experiência da misericórdia, que nos abre um caminho de alegria, de paz e de confiança no futuro]. Bem vistas as coisas, “a misericórdia é a verdadeira razão da alegria que o Evangelho suscita em nós” (PDP, p. 31).Por isso, proclamamos: A alegria do Evangelho é a nossa missão. Felizes os misericordiosos!

 


Homilia no XIV Domingo Comum C 2016 - Missa da bênção dos noivos – Sábado 19h00

“Enviou-os dois a dois à sua frente” (Lc 10,1)!

1. A tática do Mestre, para apoiar o seu «Doze» inicial, já em campo, sem falhas na defesa, nem desperdícios no ataque, é começar por fazer grupos de dois, numa claque de setenta e dois adeptos. Quer dizer, para chegar a todas as cidades e lugares, aonde Ele havia de ir, Jesus recomenda aos discípulos que comecem por «jogar em casa», procurando, sempre que possível, e em primeiro lugar, chegar a essa “grande área” da vida de cada um, que é a família. Porque é afinal aí que tudo se joga e tudo se decide. É a família, o grande campo de treinos, das atitudes e dos valores, da vida em sociedade e em Igreja, em que se exercitam e se capacitam os filhos, para as lutas, combates e compromissos decisivos da vida.

2. Por isso, diz o Papa, “a família é o hospital mais próximo” (Papa Francisco, Audiência, 10-06.2015, cit. AL, 321)onde se cuida de um doente, “é a primeira escola das crianças, é o grupo de referência imprescindível para os jovens, é o melhor lar para os idosos. A família também forma uma pequena Igreja – chamamo-la «Igreja doméstica» – que, juntamente com a vida, canaliza a ternura e a misericórdia divina. Na família, a fé mistura-se com o leite materno: experimentando o amor dos pais, sente-se mais perto do amor de Deus” (Papa Francisco, Homilia, 6-07-2015). Em casa, o testemunho da caridade conjugal dos pais, torna-se sinal e testemunho do amor de Deus, do amor de Cristo à sua Igreja.

3. Podíamos deduzir daqui, que a tática pastoral de Jesus nos sugere, em primeiro lugar, a importância da união e do testemunho do par conjugal, enviado, em missão; a par da relevância da casa ou da «família», como primeiro campo, desse feliz anúncio. E a família evangeliza através da prática simples de uma oração, que muitas vezes é simplesmente ensinar os filhos a mandar um beijo a Jesus ou a Nossa Senhora (AL, 287); através do contacto familiar com a Palavra de Deus; através da participação na vida da comunidade cristã. Mas acima de tudo, não o esqueçais: a própria experiência do amor que une os dois, homem e mulher, e faz dos dois uma só existência, é o primeiro anúncio do amor de Deus, daquele “amor que Deus nos tem” (1 Jo 4,16). É preciso, por isso, cuidar deste amor conjugal, para que esse amor seja a primeira imagem e a primeira mensagem de Deus aos filhos.

4. É, por isso, que a tática de Jesus está certa. A vitória da Igreja em campo, na vasta competição do mundo, joga-se afinal em casa. Dois a dois, que começam por passar a bola, um ao outro e estes passam-na aos filhos, de modo que toda a família se torne sujeito pastoral e protagonista da evangelização (AL, 290). Há que «valorizar os casais, as mães e os pais como sujeitos ativos da catequese” (AL, 287). Quanto mais ajudarem os seus filhos a crescer na fé, mais crescerão com eles.

5.Caríssimos noivos, caríssimos casais: abraçai, com alegria, este sonho de Deus, de construir convosco uma família crista; tende “a coragem de sonhar com Ele, a coragem de construir com Ele, a coragem de unir-se a Ele nesta história, para construir um mundo onde ninguém se sinta só” (AL, 321).

Aceitai este desafio, esta missão, convictos de nunca estareis sós: o amor do Pai sustentar-vos-á e far-vos-á crescer no amor; Cristo, com o seu dom total, na Cruz, está vivo e permanecerá convosco, ora à vossa frente para vos abrir caminho, ora no vosso meio para vos consolidar na unidade, ora atrás de vós para vos «empurrar» quando a coisa «emperrar»; o seu Espírito Santo tornar-vos-á capazes de enfrentar, unidos, todas as tempestades em todas as etapas da vida (cf. AL, 290). O Senhor conta convosco. Contai sempre com Ele. Ele vos encha da sua Paz e da sua misericórdia!

 

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