ORAÇÃO DO ROSÁRIO – 31 DE MAIO DE 2016
Cântico inicial
Saudação inicial
Hoje celebramos a festa da Visitação da Bem-Aventurada Virgem Maria à sua prima Isabel. Gostaria de meditar convosco este mistério que indica, como Maria enfrenta o caminho da sua vida com grande realismo, humanidade e consistência. Cinco palavras resumem a atitude de Maria: escuta, decisão e ação; escuta, decisão e ação, prontidão e alegria. Palavras que indicam um caminho também para nós diante daquilo que o Senhor nos pede na vida. Escuta, decisão e ação.
1. No 1º mistério meditemos na primeira palavra: Escuta.
De onde nasce o gesto de Maria, de ir visitar a sua parente Isabel? De uma palavra do Anjo de Deus: «Também Isabel, tua parente, concebeu um filho na sua velhice...» (Lc 1, 36).
Maria sabe ouvir a Deus.Atenção: não se trata de um simples «escutar», um ouvir superficial, mas é uma «escuta» feita de atenção, de acolhimento e de disponibilidade a Deus. Não é o modo distraído com que às vezes nos pomos diante do Senhor ou perante os outros: escutamos as palavras, mas não ouvimos verdadeiramente. Maria está atenta a Deus, ouve Deus.
Mas Maria ouve também os acontecimentos, ou seja, lê os eventos da sua vida, está atenta à realidade concreta e não se limita à superfície, mas vai às profundezas, para compreender o seu significado. A parente Isabel, que já é idosa, está grávida: este é o acontecimento. Mas Maria está atenta ao significado, sabe compreendê-lo: «A Deus nada é impossível» (Lc 1, 37).
Isto é válido também na nossa vida: escuta de Deus que nos fala, e escuta também da realidade quotidiana, atenção às pessoas, aos acontecimentos, porque o Senhor está à porta da nossa vida e bate de muitos modos, lançando sinais ao longo do nosso caminho; dá-nos a capacidade de os ver. Maria é a Mãe da escuta, da escuta atenta de Deus e da escuta igualmente atenta dos acontecimentos da vida.
Prece:Maria, Mulher da escuta, abre os nossos ouvidos; faz com que saibamos ouvir a Palavra do Teu Filho Jesus, no meio das mil palavras deste mundo; faz com que saibamos ouvir a realidade em que vivemos, cada pessoa que encontramos, especialmente quem é pobre e necessitado, quem se encontra em dificuldade.
PN + 10 AM+ Glória
Nossa Senhora da Escuta! R. Rogai por nós!
Cântico
2. No 2º mistério meditemos na segunda palavra: Decisão.
Maria não vive «apressada», ansiosamente, mas, como são Lucas ressalta, «ponderava tudo no seu coração» (cf. Lc 2, 19.51). E também no momento decisivo da Anunciação do Anjo, Ela pergunta: «Como acontecerá isto?» (Lc 1, 34). Mas não se detém nem sequer no momento da reflexão; dá um passo em frente: decide. Não vive apressadamente, mas só quando é necessário «vai à pressa». Maria não se deixa levar pelos acontecimentos, não evita o cansaço da decisão. E isto acontece tanto na escolha fundamental que mudará a sua vida: «Eis a serva do Senhor…» (cf. Lc 1, 38), como nas opções mais quotidianas, mas também elas ricas de significado. Vem ao meu pensamento o episódio das bodas de Caná (cf. Jo 2, 1-11): também aqui se vê o realismo, a humanidade e a consistência de Maria, que permanece atenta aos acontecimentos e aos problemas; Ela vê e compreende a dificuldade daqueles dois jovens esposos aos quais vem a faltar o vinho da festa, medita e sabe que Jesus pode fazer algo, e assim decide dirigir-se ao Filho para que intervenha: «Eles já não têm vinho» (Jo 2, 3). Decide.
Na vida é difícil tomar decisões, e muitas vezes tendemos a adiar, a deixar que outras pessoas decidam por nós, frequentemente preferimos deixar-nos levar pelos acontecimentos, seguir a moda do momento; às vezes sabemos o que devemos levar a cabo, mas não temos a coragem de o fazer, ou parece-nos demasiado difícil porque significa ir contra a corrente.
Na Anunciação, na Visitação e nas bodas de Caná Maria vai contra a corrente; Maria vai contra a corrente; põe-se à escuta de Deus, medita, procura compreender a realidade e decide confiar-se totalmente a Deus, e embora esteja grávida decide ir visitar a sua parente idosa, decide confiar-se ao Filho com insistência para salvar a alegria das bodas.
Prece:Maria, Mulher da decisão, ilumina a nossa mente e o nosso coração, a fim de que saibamos obedecer à Palavra do teu Filho Jesus, sem hesitações; concede-nos a coragem da decisão, de não nos deixarmos arrastar para que outros orientem a nossa vida.
PN + 10 AM+ Glória
Nossa Senhora da decisão! R. Rogai por nós!
3. No 3º mistério meditemos na terceira palavra: Ação.
Maria pôs-se a caminho «apressadamente…» (cf. Lc 1, 39). No domingo passado sublinhei este modo de agir de Maria: não obstante as dificuldades, as críticas que terá recebido devido à sua decisão de partir, não se detém diante de nada. E assim vai «depressa».
Na oração diante de Deus que fala, ponderando e meditando sobre os acontecimentos da sua vida, Maria não tem pressa, não se deixa levar pelo momento, não se deixa arrastar pelos eventos.
Mas quando compreende claramente o que Deus lhe pede, o que deve levar a cabo, não hesita, não se atrasa, mas vai «depressa». Santo Ambrósio comenta: «A graça do Espírito Santo não permite demoras» (Expos. Evang. sec. Lucam, II, 19: PL 15, 1560).
O agir de Maria é uma consequência da sua obediência às palavras do Anjo, mas unida à caridade: vai visitar Isabel para lhe ser útil; e neste gesto de sair da sua casa, de si mesma por amor, leva consigo aquilo que possui de mais precioso: Jesus; leva o Filho.
Partiu à pressa; não esperou. Não disse: «Mas agora eu estou grávida, e devo cuidar da minha saúde. A minha prima terá amigas que talvez a ajudem». Ela sentiu algo e «partiu à pressa». É bonito pensar isto de Nossa Senhora, da nossa Mãe que vai à pressa, porque sente algo dentro de si: ajudar. Vai para ajudar, e não para se gloriar e dizer à prima: «Escuta, agora sou eu que mando, porque sou a Mãe de Deus!». Não, não agiu deste modo. Partiu para ajudar! E Nossa Senhora é sempre assim. É a nossa Mãe, que vem sempre depressa quando nós precisamos dela. Seria bonito acrescentar às Ladainhas de Nossa Senhora uma que reze assim: «Senhora que vai depressa, ora por nós!». Isto é bonito, verdade? Porque Ela vai sempre à pressa, Ela não se esquece dos seus filhos. E quando os seus filhos se encontram em dificuldade, quando têm alguma necessidade e a invocam, Ela vem à pressa. E isto dá-nos uma segurança, a certeza de ter a Mãe ao lado, sempre ao nosso lado.
Vamos, caminhamos melhor na vida quando temos a mão próxima de nós. Pensemos nesta graça de Nossa Senhora, nesta graça que Ela nos concede: de estar próxima de nós, mas sem nos fazer esperar. Sempre! Ela existe — tenhamos confiança nisto — para nos ajudar. Nossa Senhora caminha sempre à pressa por nós.
Às vezes, também nós nos limitamos à escuta, à reflexão sobre aquilo que deveríamos levar a cabo, e talvez compreendamos claramente a decisão que devemos tomar, mas não realizamos a passagem para a ação. E sobretudo não nos pomos em jogo a nós mesmos, movendo-nos «depressa» rumo aos outros para lhes prestar a nossa ajuda, a nossa compreensão e a nossa caridade; para levar também nós, a exemplo de Maria, aquilo que possuímos de mais precioso e que recebemos, Jesus e o seu Evangelho, com a palavra e sobretudo com o testemunho concreto do nosso agir.
Prece:Maria, Mulher da ação, faz com que as nossas mãos e os nossos pés se movam «apressadamente» rumo aos outros, para levar a caridade e o amor do teu Filho Jesus, para levar ao mundo, como tu, a luz do Evangelho. Amém!
PN + 10 AM+ Glória
Nossa Senhora que vai depressa! R. Rogai por nós!
Cântico
4. No 4º mistério meditemos na quarta palavra: Prontidão
O Evangelho diz-nos que, depois do anúncio do Anjo, ela foi à pressa, não perdeu tempo, foi imediatamente servir. É a Virgem da prontidão, Nossa Senhora da prontidão. Está sempre pronta para vir em nossa ajuda quando a invocamos, quando pedimos o seu auxílio, a sua proteção a nosso favor. Nos muitos momentos da vida nos quais precisamos da sua ajuda, da sua tutela, recordemos que ela não se faz esperar: é a Nossa Senhora da prontidão, vai imediatamente servir.
Prece:Nossa Senhora da prontidão, que sais «à pressa» (Lc 1, 39) da tua povoação para ir ajudar os outros, faz que esta dinâmica de justiça e ternura, de contemplação e de caminho para os outros se torne um modelo eclesial para a evangelização. Ajuda-nos, com a tua oração materna, para que a Igreja se torne uma casa para muitos, uma mãe para todos os povos, e torne possível o nascimento dum mundo novo (E.G. 288).
PN + 10 AM+ Glória
Nossa Senhora da prontidão! R. Rogai por nós!
5. No 5º mistério meditemos na quinta palavra: Alegria
«Logo que ouvi a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio». São tantos os cristãos que não conhecem a alegria. E até quando estão na Igreja a louvar a Deus, parece que seguem um cortejo fúnebre e não uma celebração jubilosa. Ao contrário, se aprendessem a sair de si mesmos e a dar graças a Deus, a «perder tempo louvando a Deus, compreenderiam realmente o que é a alegria que os liberta». «Tudo é alegria. Mas nós cristãos não estamos muito habituados a falar de alegria, de júbilo. Penso que muitas vezes nos agrada mais o lamento! O que é a alegria? A chave para compreender esta alegria é o que nos diz o evangelho: “Isabel estava cheia do Espírito Santo”. O que nos dá a alegria é o Espírito Santo. Também na primeira oração da missa pedimos a graça da docilidade ao Espírito Santo, o que nos dá a alegria».
Tu, ó Virgem Mãe, cheia da presença de Cristo,
levaste a alegria a João o Baptista,
fazendo-o exultar no seio de sua mãe.
Tu, estremecendo de alegria,
cantaste as maravilhas do Senhor..
Dá-nos a santa ousadia de buscar novos caminhos
para que chegue a todos
o dom da beleza que não se apaga. (EG, 288)
PN + 10 AM+ Glória
Nossa Senhora, Causa da nossa alegria! R. Rogai por nós!
3 AM
Salve-Rainha
Entrega da flor a Nossa Senhora e cântico
Oração de Consagração do Papa Francisco a Nossa Senhora da Fátima (cf. folheto).
Oração conclusiva
P- Deus eterno e omnipotente,
que inspirastes à Virgem Santa Maria
o desejo de visitar Santa Isabel,
levando consigo o vosso Filho Unigénito,
tornai-nos dóceis à inspiração do Espírito Santo,
para podermos cantar sempre com ela as vossas maravilhas.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Bênção final
Cântico final
FONTES:
Papa Francisco, Discurso 31 de maio 2013
Papa Francisco, Meditação matutina, 31 maio 2013
Papa, Evangelii Gaudium, 288