Liturgia e Homilias no XXV Domingo Comum C 2025
Destaque

Somos um Porto peregrino. Abrir caminhos de esperança. Regressados da grande peregrinação jubilar a Fátima, aprendemos de Maria o modo sinodal de escutar, de ponderar todas as coisas e de decidir sem demora, para abrir caminhos de esperança, quando tudo parece bloqueado. Neste início de Ano Pastoral, o Evangelho vem recordar-nos a necessária fidelidade criativa, o serviço desinteressado e a confiança. Nesta Eucaristia, acolhamos o Senhor Jesus e o Seu Reino, o maior bem que Deus nos quer confiar. E, para O acolhermos de braços abertos e de coração limpo, “ergamos para o Céu as nossas mãos santas, sem ira nem contenda” (cf. 2.ª leitura).

Homilia no XXV Domingo Comum C 2025

Elogiar um administrador desonesto é como condecorar um ladrão! E nós já vimos disto. Mas o elogio de Jesus, não está, obviamente, na desonesta corrupção, mas na esperteza e na destreza daquele administrador: quando parece sem futuro, não se deixa amarrar ao passado e procura um novo caminho de saída: é um criativo. Em vez de ficar sozinho, preso na teia do seu problema, envolve outros numa rede de colaboradores: é um estratega inteligente. A propósito, Jesus comenta a parábola com algumas interpelações, que nos são úteis no início do novo ano laboral, letivo e pastoral. Tudo se resume a três palavras, de reflexão prática:

1. A primeira palavra é “fidelidade”: «Quem é fiel nas coisas pequenas também é fiel nas grandes» (Lc 16,10). Esta fidelidade não é apenas uma promessa solene em momentos especiais. Ela faz-se diariamente de pequenas coisas, de pequenos gestos, na assiduidade e na presença, na pontualidade e na prontidão, na honestidade e na transparência, no cumprimento do dever e na alegria da missão. “A fidelidade é o nome do amor no tempo” (Bento XVI, Fátima, 12.05.2010). Por isso, fidelidade é também manter-se de pé, em todo o tempo, perante os desafios, quando eles nos parecem bloquear. É acreditar, como Maria, na possibilidade do impossível, para continuar a sonhar um mundo novo. E por isso fidelidade é criatividade. O Evangelho desafia-nos a usar a mesma “esperteza” do homem desonesto aplicando-a ao serviço da boa causa do anúncio do Reino, sem cairmos na tentação do «fez-se sempre assim». Precisamos de uma fidelidade criativa, para abrir caminhos de esperança: fiéis às raízes e fiéis ao terreno. A criatividade é a forma de sermos fiéis às pessoas concretas, adaptando-nos às suas linguagens, respondendo aos seus anseios concretos!

Perguntemo-nos?Sou fiel à Palavra dada, ao meu compromisso profissional? Sou fiel aos compromissos da Profissão de fé, do Crisma, das promessas do Matrimónio? Sou fiel à Eucaristia Dominical? Se não sou fiel ao compromisso da Eucaristia Dominical, que se pode esperar do meu compromisso com a Igreja? Nada.

2. A segunda palavra é “servir”: «Não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Lc 16,13).O serviço não é apenas o trabalho que prestamos, o bem que fazemos ou o ministério que exercemos. A opção servir a Deus ou ao dinheiro põe-nos a questão da orientação fundamental do nosso coração, sobre o que me move, na minha vida ou na missão: o meu sucesso ou o progresso daqueles que me são confiados; a recompensa material ou a alegria de evangelizar! A que Deus servimos nós? Aos ídolos dos nossos interesses individuais ou o serviço àqueles a quem Deus nos envia?!

Perguntemo-nos: Estou disponível para servir os outros, sem interesse? Coloco-me ao serviço dos outros, em casa, na vida pública, na comunidade cristã? Ou sou apenas um treinador de bancada, um consumidor religioso passivo e compulsivo? Onde é que está o meu tesouro? No dinheiro, no poder, no aplauso, nas recompensas e reconhecimentos? Ou na alegria do bem-fazer, que faz bem e não faz ruído!

3. A terceira palavra é “o verdadeiro bem”: «Quem vos confiará o verdadeiro bem» (Lc 16,11)?O nosso verdadeiro bem, o nosso tesouro é Cristo e o Seu Reino. Mas o verdadeiro bem são também os filhos, os alunos, os catequizandos, os empregados, os pobres, os mais frágeis. Somos chamados a ser cuidadores deste tesouro, guardadores dos seus sonhos e esperanças. Esta é a grande riqueza que Deus nos confia. Já não basta sermos fiéis. Precisamos de ser fiáveis.

Perguntemo-nos:sou digno da confiança que Deus pôs em mim, confiando-me a educação dos filhos, dos alunos ou dos catequizandos? Sou digno da confiança, que Deus pôs em mim, confiando-me o cuidado dos netos, dos avós, dos mais velhos, dos mais frágeis? Na minha missão cristã, tenho a consciência de que o verdadeiro bem é Cristo e que a maior pobreza dos homens é a ausência de Deus?

Irmãos e irmãs: fidelidade criativa, serviço desinteressado, cuidado amoroso dos outros: eis as atitudes principais, que importa assumir, diante da pergunta, que levaremos hoje para casa:Que hei de fazer agora? Se O escutardes,Deus vo-lo dirá!

 

 

 

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