Liturgia e Homilias no XXI Domingo Comum C 2025 (23 e 24 agosto)
Destaque

Em Ano Jubilar, somos desfiados a atravessar a Porta Santa. E hoje Jesus recorda-nos que a Porta é estreita: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita” (Lc 13,24)! É estreita, mas alta, aberta a todos. A nós, que O escutamos e aqui comemos e bebemos com Ele, Jesus adverte-nos, que é preciso validar o bilhete de entrada, no banquete do Reino, com o esforço da caridade. Já o autor da Carta aos Hebreus recorda-nos hoje que “o Senhor corrige aqueles que ama”, tendo em vista frutificar em nós a paz e a justiça. Nesta celebração, cada um faça a sua prova de esforço, deixando-se corrigir, com amor, pela Palavra do Pai, que bate à porta e vem conversar amorosamente com os seus filhos.

HOMILIA NO XXI DOMINGO COMUM C 2025

1. A Porta Santa é um dos mais emblemáticos sinais do Jubileu. E hoje Jesus recorda-nos que essa Porta é estreita! A porta estreita é, à partida, uma imagem que nos pode assustar, como se a salvação fosse destinada a poucos eleitos ou apenas aos perfeitos. Mas isto contradiria tudo o que Jesus nos ensinou em muitas ocasiões; com efeito, um pouco mais adiante, Jesus dirá: «virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no Reino de Deus» (v. 29). Portanto, esta porta é estreita, mas está aberta a todos! Não existem «postos limitados» no Paraíso!

2.Jesus usou esta imagem, inspirando-se, como é habitual, na experiência comum do seu tempo. Ele refere-se provavelmente ao facto de que, quando anoitecia, as portas da cidade eram fechadas e apenas uma, mais estreita e pequena, permanecia aberta: para regressar a casa, só se podia passar por ali.  Então, quando Jesus diz: «Eu sou a porta: se alguém entrar por mim, será salvo» (Jo 10, 9)isso significa que para entrar na vida de Deus, na salvação, é preciso passar por Ele, e não por outro; acolhê-lo a Ele e à sua Palavra e não a outro. Assim como para entrar na cidade era preciso medir-se com a única porta estreita deixada aberta, também a vida do cristão é uma vida à medida de Cristo, fundada e modelada n’Ele. Significa então que a medida é Jesus e o seu Evangelho. E assim trata-se de uma porta estreita, não porque se destine a poucos, mas porque nos compromete a vida no amor, no serviço e no dom de nós mesmos, tal como Jesus fez, passando pela porta estreita da Cruz. Entrar no Seu projeto de vida requer, por isso, emagrecer o espaço que ocupamos só para nós, desinchar da presunção de autossuficiência, baixar as alturas da soberba e do orgulho, eliminar as gorduras acumuladas pela nossa ânsia de consumo e pela falta de exercício espiritual. É preciso «esforçar-se» e não «resignar-se». A graça de Deus não dispensa o nosso esforço, por lhe dar espaço! Quanto menos «eu», mais Ele. Quanto menos «eu» mais «nós».  «Ele em nós» é a chave de entrada para a porta estreita!

3. O sinal jubilar da Porta Santa aponta para a responsabilidade do cristão, quando este atravessa o seu limiar. Passar por aquela Porta significa confessar que Jesus Cristo é o Senhor, revigorando a fé n'Ele, para viver a vida nova que Ele nos deu. É uma decisão que supõe a liberdade de escolher e ao mesmo tempo a coragem de abandonar alguma coisa, na certeza de adquirir a vida divina (cf. Mt 13, 44-46). Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira”(Bento XVI, Porta fidei, n.º 1). O gesto de passar pela Porta Santa expressa a decisão de seguir e deixar-se guiar por Jesus, que é o Bom Pastor, Aquele que entra no redil pela porta (Jo 10,1).

4. Se ainda não o fizemos, neste Jubileu, não percamos a oportunidade de passar ou atravessar a Porta Santa. Podemos fazê-lo, ao longo destas férias, em qualquer Igreja de peregrinação jubilar ou por ocasião da nossa Peregrinação diocesana a Fátima a 20 de setembro. Mas não o façamos como quem cumpre um ritual turístico. Acompanhemos este gesto de atravessar a Porta Santa com outros sinais jubilares: o de praticar a justiça e a caridade, em obras concretas de misericórdia e de esperança; o de oferecer o perdão e pedir perdão aos outros; o de celebrar a Reconciliação, com um arrependimento verdadeiro e a exclusão de qualquer apego ao pecado – façamos, pois, doConfessionário uma Porta Santa para a nossa alma. Rezemos pelo Santo Padre. Professemos juntos o Credo da fé da Igreja.Com estes gestos, atravessar a Porta Santa, a tal porta estreita, significará passar do pecado à graça, entrar com os dois pés, de fora para dentro da Igreja, regressar à comunidade, voltar à Eucaristia e daí partir em missão.

Tudo isto exige uma certa dieta espiritual, uma prova de esforço do nosso coração. Perde peso no teu pecado para passares pela porta santa e estreita da salvação!

 

 

 

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