Liturgia e Homilias na Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria 2025
Destaque

Celebramos a meio de agosto, a Assunção de Nossa Senhora, a Páscoa de Maria. Maria, sempre unida ao seu Filho, na vida e até à morte, uma vez concluído o percurso da sua vida terrena, é a primeira criatura associada à glória da ressurreição do Seu Filho. Por isso, em Maria vemos realizada a esperança da Ressurreição, que nos está prometida. Ela é a Estrela da nossa Esperança. Ela corre ao nosso encontro para nos fazer caminhar com os pés na terra e os olhos postos no céu, meta da nossa peregrinação para a Casa do Pai.

HOMILIA NA SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE MARIA 2025

1. Peregrinos de esperançaé o lema deste Ano Jubilar! E o Evangelho da Visitação mostra-nos a figura inusitada de Maria, grávida, mulher de esperanças, a correr a toda a pressa, pelos montes da Judeia, em peregrinação, em saída de Si mesma, ao encontro da prima Isabel. Maria não vai somente para prestar uma ajuda, que, aliás, é de pouca dura; vai para confirmar o que o ouviu dizer de Isabel, na Anunciação. E naquele abraço de duas grávidas, confirma-se que a anunciada esperança não a ilude. A prima estava grávida, quando toda a esperança de um filho se tinha já desvanecido com a idade. E Maria ali está, grávida, de forma única e inesperada, dando corpo e alma, sangue e vida, à esperança, que tem o rosto de Jesus. Maria caminha na esperança, que lhe vem da confiança total na Palavra de Deus, que não engana!

2.Na verdade, em toda a sua Vida, Maria soube esperar contra toda a esperança. Quer dizer, esperou, sem ter à mão ou pela frente sinais evidentes, sem indícios claros, sem provas contundentes, que Lhe garantissem a realização da Promessa. Ao longo da Sua Vida, Maria aprendeu a seguir Jesus, no silêncio humilde de uma perfeita discípula, sem nenhum privilégio. E, chegada a hora da Cruz, Maria é despojada de todas as seguranças e certezas. Mesmo aí, na hora em que Deus parecia ter-se esquecido da sua Promessa, Maria não O pôs em causa, não se julgou enganada nem desenganada; soube abandonar-se inteiramente à fidelidade daquele que lho prometera. Maria não conhecia o desfecho de Ressurreição. Pela sua fé, Maria aguardou, em esperança, o amanhã de Deus. Com tudo realmente perdido, Maria esperou contra toda a esperança (Rm 4,8). Está ali, junto à Cruz, por fidelidade inteira ao plano de Deus, mas também por causa do seu instinto de mãe: a mãe que sofre cada vez que um filho sofre. Maria, na Hora da Cruz, é a irmã de muitas mães que choram a morte de seus filhos, é a irmã dos pobres e oprimidos, dos atribulados, dos insignificantes e dos fora-de-lei, das mães e das crianças de Gaza, dos imigrantes e refugiados odiados e expulsos. “Depois da morte de Jesus, a única lâmpada acesa no sepulcro de Jesus é a esperança da Maria, que naquele momento é a esperança de toda a Humanidade” (Papa Francisco, Discurso, 21.11.2013). Nos momentos de dificuldade, Maria ampara a nossa luta, os nossos passos no escuro, e diz-nos: «Levanta-te! Olha em frente». «Não estou aqui Eu que sou tua Mãe»? (EG 286).

3.O quadro vivo, sugerido pelo Apocalipse, representa esta luta e aponta já a vitória da vida sobre a morte, da plenitude sobre o vazio. O nosso fim, graças à Páscoa de Jesus, já se pode entrever na Páscoa de Maria: o nosso fim é a Ressurreição. O fim da Humanidade não é a desgraça. Não é a destruição. Pelo contrário, espera-nos a Graça de um corpo redimido e de uma alma em festa. Para aí, para o Céu, para essa plenitude da vida, é que nos atrai Maria, onde Ela já se encontra com Cristo, ressuscitada para sempre. Em Maria cumpriu-se já a esperança prometida a todos nós. Em Maria, elevada aos céus e coroada de glória, vemos que a meta da nossa esperança é a tal vitória do amor sobre a morte, é a Ressurreição. Hoje perdeu-se esta grande esperança e contentamo-nos com esperanças de curto alcance. Precisamos de uma esperança que nos dê alento, nos infunda paciência e dilate o nosso coração para as coisas grandes da nossa alma. Precisamos de Maria, como sinal e instrumento desta esperança, pois – como escreveu o saudoso Papa Francisco – “a esperança encontra, na Mãe de Deus, a sua testemunha mais elevada” (SNC 24).

4.Celebrar hoje a Assunção de Maria é, por isso, abrir-se à grande esperança da vida eterna. Nela se espelha já o que todos havemos de ser um dia. Por isso, entre as lutas do presente, quando afundamos num vale de lágrimas, nós pomos os olhos em Maria, esperança nossa.  Maria é a Stella Maris, a Estrela do Mar, a esperança segura de que, nas tempestuosas vicissitudes da vida, Ela vem em nosso auxílio, apoia-nos e convida-nos a ter fé e a continuar a esperar e a amar. Ela é a nossa Estrela do Mar, a Mãe da santa esperança (cf. Sir 24,18). Maria permanece, em cada dia, como «sinal de segura esperança e de consolação para o Povo Peregrino» (LG 68)! Celebremos a Assunção, a Páscoa de Maria. Esta é, sem dúvida, a todos os títulos, a grande Festa da nossa Esperança!... Rezemos hoje e em cada dia, a Maria, «Salve, Rainha, esperança nossa»!

 

Top

A Paróquia Senhora da Hora utiliza cookies para lhe garantir a melhor experiência enquanto utilizador. Ao continuar a navegar no site, concorda com a utilização destes cookies. Para saber mais sobre os cookies que usamos e como apagá-los, veja a nossa Política de Privacidade Política de Cookies.

  Eu aceito o uso de cookies deste website.
EU Cookie Directive plugin by www.channeldigital.co.uk