Liturgia e Homilias no XVII Domingo Comum C 2025
Destaque

Celebramos o XVII Domingo Comum, que é também o 4.º Domingo do mês de julho, o mais próximo do dia 26 (deste sábado), dia litúrgico em que se faz memória de São Joaquim e de Santa Ana, avós de Jesus. Celebramos neste Domingo o 5.º Dia Mundial dos Avós e Anciãos, sob a inspiração de Ben Sirá, que proclama “Bem-aventurado aquele que não perdeu a esperança” (cf. Sir 14, 2). Os avós, que sonham o futuro dos netos, são, para nós, semeadores e testemunhas de esperança. E os anciãos, que vivem na solidão, precisam que sejamos para eles sinais de esperança. Hoje, a Palavra de Deus, desafia-nos à oração, como primeira força da esperança. A oração abre a porta à esperança (Francisco, Catequese, 20.5.2020). Façamo-lo desde já, contando-nos entre os pecadores, na confiança da misericórdia do Pai, que excede a justiça dos homens.

HOMILIA NO XVII DOMINGO COMUM C 2025

5.º DIA MUNDIAL DOS AVÓS E ANCIÃOS

1. Neste Domingo, em que celebramos o 5.º Dia Mundial do dos Avós e Anciãos, agiganta-se ainda mais esta figura patriarcal de Abraão, o Amigo de Deus. A Sagrada Escritura apresenta vários casos de homens e mulheres já avançados em idade, a quem o Senhor inclui nos seus desígnios de salvação: Abraão e Sara, Moisés, Simeão e Ana, Zacarias e Isabel. Mas temos ainda bem viva, do passado domingo, a história do casal Abraão e Sara: já anciãos, permanecem incrédulos diante da Palavra de Deus, que lhes promete um Filho. A impossibilidade de gerar filhos parecia-lhes ter fechado o seu olhar de esperança para o futuro. Com estas escolhas de pessoas em idade avançada, para uma missão especial, Deus ensina-nos que a velhice é um tempo de bênção e de graça e que, para Deus, os anciãos são as primeiras testemunhas da esperança!

2. Essa esperança exercita-se na oração, como bem o testemunha Abraão. Abraão não perde a esperança da salvação e, apesar da sua muita idade, não deixa cair os braços, não atira a toalha ao chão, não dá por terminada a sua missão. Ele está diante de Deus como um amigo diante do Amigo e trava com Ele uma luta renhida, intercedendo, pedindo com insistência, persistência e até descaramento, pela salvação dos seus. Ainda sabe contar até dez – o número mínimo para reunir uma assembleia em oração –  e regateia até aí, pela justiça divina, para salvar alguns, à custa de uns poucos, para que não pague o justo pelo pecador. Mas a misericórdia de Deus irá mais longe: Deus quer salvar a todos, salvar o povo inteiro, e fá-lo-á à custa da vida de um só Justo, o Seu Filho Único. Com a Sua Cruz, resgatou-nos da dívida contraídas pelos nossos pecados!

3. Abraão e Sara são, por isso, a imagem de um casal de anciãos, que têm consciência de que há ainda uma missão para eles, enquanto vivem neste mundo. Vivem uma velhice ativa, cuidam da sorte dos outros; não passam ao lado dos dramas da vida do seu povo, rezam e intercedem, convictos de que a sua imploração confiante pode dar frutos. Eles são, no meio de um povo corrompido, uma reserva espiritual, um pequeno resto, que guarda aquele discreto fermento de bem, a partir do qual ainda há uma réstia de esperança, para a renovação do mundo.

4. O livro de Ben Sirá diz que a bem-aventurança pertence àqueles que não perderam a esperança (cf. Sir 14, 2), nem mesmo quando a idade pesa e a doença fragiliza.  Como escreveu o Papa Francisco, durante o seu  último internamento no hospital, «o nosso físico é débil mas, mesmo assim, nada nos pode impedir de amar, de rezar, de nos doarmos, de sermos uns pelos outros, na fé; nada nos impede de sermos sinais luminosos de esperança» (Angelus, 16 de março de 2025).  Queridos avós, queridos anciãos:  vós possuís esta liberdade que nenhuma dificuldade vos tira: a de amar e de rezar!

5. Por isso, neste domingo do «Pai-Nosso», peço aos avós e aos anciãos que se atrevam, como Abraão, a interceder pelos seus netos, que rezem por eles e rezem com eles. Que saudades daqueles avós, que eram os primeiros a ensinar os netos a rezar o Pai-Nosso, a Ave-maria, e a acompanhá-los na catequese e na Missa. Uma sobrinha-neta perguntou um dia à minha mãe: «Porque estás sempre a rezar, com o terço na mão?». Minha mãe respondeu: «Se eu não rezo, quem rezará por vós»? Quanto vazio espiritual não haverá no coração de uma criança, que se torna jovem e adulta, sem saber de cor aquelas orações mais simples – a começar pela do Pai-Nosso – que tantas vezes, na dura secura de uma vida, serão as únicas que terá à mão para rezar?! Quantas vezes não são os netos a pedir: “Avô, avó, reza por mim, que vou fazer um teste, uma prova, um exame médico, uma cirurgia”. Eles sabem que vós sois amigos de Deus, e que, por amor a eles, tendes «a lata» de Lhe pedir tudo. Por isso, rezai com eles e rezai por eles. Uma boa troca de favores entre avós ou anciãos e os seus netos mais novos seria esta: os netos cuidam dos seus avós e anciãos com estima e afeto e escutam a sua sabedoria e – por sua vez – os avós e anciãos rezam com eles e por eles!  Vamos a isto então! Quem dá pão, também dá oração!

 

 

 

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