Liturgia e Homilias no XVIII Domingo Comum B 2024
Destaque

Não está recesso o pão da multiplicação do passado domingo! O dom do maná, do pão descido do Céu, renova-se hoje mesmo, em cada Eucaristia. Por isso, vimos ao encontro de Jesus. A nossa fome da verdadeira Vida atrai-nos para o Alimento que dura para a vida eterna. Às vezes, esta busca de Jesus é uma procura errante e errada, procurando n’Ele mais um pão para comer do que um sentido para viver.O Senhor convida-nos a não esquecer que, se é necessário preocuparmo-nos pelo pão, é ainda mais importante cultivar a relação com Ele, fortalecer a nossa fé n’Ele, que é o «pão da vida», que veio para saciar a nossa fome de verdade, a nossa fome de justiça, a nossa fome de amor. Que esta Eucaristia nos ensine a procurar tanto o dom como o doador.

 

Homilia no XVIII Domingo Comum B 2024

Duas perguntas e duas respostas, no Evangelho deste domingo, para dois dedos de conversa.

1. A primeira pergunta é a da multidão a Jesus: «Mestre, quando chegaste aqui?» (Jo 6,25).  A multidão procura Jesus. Vai atrás d’Ele.  Mas Jesus não se contenta com isso e diz-lhes na cara: «Vós procurais-me não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados» (Jo 6, 26). Na verdade, eles tinham mais barriga que olhos. Não viram nem compreenderam o sinal que Jesus lhe dava. Com efeito, a abundância dos pães e dos peixes era o sinal do grande dom que o Pai concedeu à humanidade. E este dom da Vida em abundância é o próprio Jesus! Jesus é o Alimento. Ele é o Pão Vivo descido do Céu. Mas eles continuavam à procura somente do pão que mata aquela fome sentida pelo estômago. Eis então uma primeira pergunta, que todos podemos fazer a nós mesmos: Por que procuro o Senhor? Procuro Deus, apenas para o que me dá jeito, para o que me interessa, para o meu próprio uso, para resolver problemas, para obter d’Ele o que não posso obter por mim mesmo? Esta é uma fé interesseira e milagreira, quando procuro Deus para me alimentar e depois de satisfeito me esqueço d'Ele. Por isso, Jesus diz-nos também a nós: «Trabalhai não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do Homem vos dará» (Jo 6,27). Na verdade, não temos apenas um corpo físico para alimentar, vestir, cuidar e fazer crescer; mas também uma alma, uma vida interior, uma veste batismal, um corpo espiritual que precisa da Eucaristia, do Pão vivo descido do Céu, como de pão para a boca, para se renovar e transformar. Por isso, é tão importante ter fome deste Pão da Vida, deste Pão vivo descido do Céu. Sem esta fome, sem esta sede de Deus, a Eucaristia será sempre uma seca. Mas quando há fome de Deus, soltaremos o grito da multidão: «Senhor, dá-nos sempre desse Pão» (Jo 6,34).

2.A segunda pergunta é esta: “Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus» (Jo 6,28)? E Jesus indica o caminho: «A obra de Deus é esta: que acrediteis naquele que Ele enviou» (Jo 6, 29). A fé é a obra fundamental. A obra de Deus não significa acrescentar práticas religiosas, mas acolher Jesus, acolhê-l’O na vida, viver uma história de amor com Jesus, deixar-se amar e encontrar por Ele. Antes das coisas que recebemos e fazemos por Deus ou em nome de Deus está Jesus, para ser conhecido, amado e servido. Mas a obra de Deus – insistamos nisto – não consiste em fazer mais isto ou aquilo, mas em não fazer nada e deixar Deus fazer tudo, em deixar Deus agir em nós e através de nós. Nessa medida, seremos capazes de realizar as boas obras, para o bem dos irmãos.

3. Irmãos e irmãs: nestes dias repletos de ocupações e problemas, mas também nos dias de descanso e de lazer, o Senhor convida-nos a não esquecer isto: é necessário preocuparmo-nos pelo pão material e retemperar as forças físicas; mas é ainda mais fundamental estreitar a relação com Ele, fortalecer a nossa fé naquele que é o «Pão de vida», que sacia o nosso desejo de verdade e de amor!  Seja o nosso tempo de férias, um tempo para descansarmos e deixarmos que seja Deus a fazer. Enquanto dormimos e descansamos, Deus pode moldar-nos ainda mais à sua imagem e semelhança. Parece-me ouvir o Senhor dizer: “Deixem-me trabalhar”. Descansar é uma forma de deixar Deus trabalhar. E que nos trabalhe por dentro. Terá muito que fazer!

 


 

 

 

 

 

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