Liturgia e Homilias no VI Domingo de Páscoa A 2023
Destaque

Vai longa a Páscoa do Senhor. Este é já o sexto domingo destes cinquenta dias, que são como que um só domingo.Jesus prepara-Se para partir para junto do Pai. Mas não nos deixa órfãos, nem sozinhos. Deus Pai enviou-nos o Seu Filho e agora o Pai e o Filho enviam-nos o Espírito Santo, derramado em nossos corações, para sermos habitados pelo hóspede divino.Não somos, nem estamos órfãos, também por outra razão: porque temos Mãe! Não somos órfãos porque temos Maria, a Mãe de Jesus, que nos foi dada por Ele como Mãe. Eis-nos, pois, no regaço do seu abraço. Que ela nos ajude a sermos cada vez mais dóceis ao Espírito Santo Paráclito, nosso Advogado e Consolador.

HOMILIA NO VI DOMINGO DA PÁSCOA A 2023

 “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos”. De um modo simples, esta oração ensinada pelo Anjo aos Pastorinhos de Fátima resume as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. E, se repararmos bem, encontraremos, nas três leituras deste domingo, estes três desafios virtuosos: a alegria da fé, as razões da esperança e a arte da caridade.

1. A alegria da fé! Comecemos por fixar a nossa atenção na 1.ª leitura e naquele grupo de discípulos samaritanos. Não era gente que se recomendasse, pela sua história de vida, mas eles escutaram a Palavra, converteram-se à fé e foram batizados em nome do Senhor Jesus. Mas o grande sinal, de que a sua fé é autêntica, está precisamente na sua alegria: “houve muita alegria naquela cidade” (At 8,8). Que alegria? É “a alegria que enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontraram com Jesus ou se deixaram encontrar por Ele” (EG 1). Pensemos então na nossa forma de viver, celebrar e testemunhar a nossa fé! É uma fé revestida da alegria, da alegria de sermos amados, da alegria de sermos salvos, da alegria de sermos e de vivermos em comunidade, da alegria de caminharmos e crescermos juntos, da alegria do Evangelho e da alegria de evangelizar? Quem dera! Mas muitas vezes falta-nos a alegria e o fervor nas nossas celebrações, nos grupos e atividades pastorais, nas nossas vidas pessoais e familiares. Se em tudo isto vier a faltar o vinho novo da alegria do Evangelho então a coisa é séria: a nossa fé está doente, moribunda, em estado de coma! Cara de funeral, cara de vinagre, cara de pau, tristeza e monotonia, no rosto de um cristão não são causa de alegria, mas de alergia! Pensemos, por exemplo, como neste caminho de preparação da JMJ, a alegria jovial é verdadeiramente uma marca distintiva da fé cristã! Porquê? Porque Jesus é verdadeiramente o Homem da alegria e a alegria de todo o ser humano. Cheios desta alegria contagiante, que brota do encontro com Cristo vivo, vivamos a nossa fé com alegria, para nos tornarmos missionários da alegria do Evangelho! 

2. As razões da nossa esperança! Na 2.ª leitura,São Pedro desafiava-nos, a oferecer aos outros as razões da nossa esperança (1 Pe 3,15). Em Cristo, que por nós morreu e ressuscitou, está a fonte da nossa esperança, a certeza e a confiança de que há um sentido para a vida e para a morte, de que a nossa vida não acaba no vazio, de que há um caminho com saída para a Vida, há um futuro para nós, desde a Páscoa do Senhor. Não deixemos de contrapor ao mito da eterna juventude, que tanto nos ilude, o anúncio deste futuro feliz e eterno de cada pessoa. A quem nos perguntar sobre o sentido e a razão da nossa esperança, isto é, da confiança da nossa fé nas promessas de Deus, não precisaremos de recorrer, em primeiro lugar, ao Catecismo, mas simplesmente de mostrar quanto a nossa vida é continuamente transformada a partir do encontro com Cristo vivo em nós. Sejamos capazes de propor este sentido da vida, esta grande esperança, escutando com humildade, falando com coragem, dialogando, com respeito e brandura.

3. A arte da caridade! Por fim, no Evangelho, Jesus recorda-nos o mandamento do amor, reflexo da caridade de Deus. Para o cristão, amar como Jesus nos amou não é uma cantiga, não é um dado adquirido, de uma vez por todas. Cada dia é preciso exercitar-se, de novo, a fim de que o nosso amor pelos irmãos e irmãs não seja parcial, egoísta, estéril e infiel. Quantas pessoas se afastaram da Igreja, porque não se sentiram aí ou aqui queridas, esperadas, amadas! Quantas pessoas se afastaram das nossas paróquias, devido ao ambiente de bisbilhotices, de ciúmes e de invejas que aí ou aqui encontraram? Cada dia, devemos aprender esta arte de amar, cada dia devemos seguir com paciência o exemplo de Jesus Cristo, certos de que mais vale sofrer por fazer o bem do que por fazer o mal.

A Virgem Maria, feliz porque acreditou, firme na esperança e diligente na caridade, nos ajude a sermos cada vez mais dóceis ao Espírito Santo Paráclito, para que Ele nos torne capazes de viver a alegria da fé, oferecer as razões da esperança e amar como Jesus nos amou! “A fé, a esperança e a caridade caminham juntas” (DCE 39).

 

 

 

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