Homilia no XXII Domingo Comum C 2022 | Forma mais breve
Humildade e gratuidade são os dois pratos preferidos e servidos por Jesus, à mesa da Palavra e do Reino, onde nos quer acolher.
1. A humildade é obviamente avessa ao protagonismo e ao exibicionismo de quem procura os primeiros lugares, mas também não se confunde com a artimanha de quem se coloca modestamente no último lugar, na esperança de ser convidado a trepar e a avançar. Humildade não é escolher nem o primeiro nem o último lugar. Humildade é estar no lugar para que o Senhor nos chamar. Humildade é ser o lugar feliz onde o outro se possa encontrar.
2. Gratuidade é dar tudo e, em primeiro lugar, àqueles de quem não se possa esperar retorno. Aquele dou para que me dês, que tantas vezes procuramos, no elogio ou na recompensa, é completamente estranho ao agir de Deus: “Serás feliz por eles não terem com que te retribuir” (Lc 14,14).
3. Irmãos e irmãs: o Senhor tem um lugar para todos, um dia, na sua morada eterna, à mesa desta Eucaristia, mas também nos destina a sermos um lugar para Ele e para os outros no seio desta comunidade cristã. Na perspetiva de um novo ano pastoral, valeria a pena cada um perguntar-se: Qual é o lugar em que o Senhor me quer transformar, para servir a comunidade? E nem sequer a humildade me dá o direito de dizer: «Eu não sirvo para nada», para, deste modo, esconder a nossa soberba e justificar a nossa preguiça. Na verdade, “a nossa imperfeição não deve servir de desculpa; pelo contrário, a missão é um estímulo constante, para não nos acomodarmos na mediocridade, mas continuarmos a crescer” (EG 121), na gratuidade, na humildade, no serviço. À mesa da Eucaristia ou à mesa de trabalho, há um aviso de alerta, para quem transforma o lugar de serviço em poder. O Senhor estará a dizer-nos: “Cuidado com o tacho… que te podes queimar”.
Homilia no XXII Domingo Comum C 2022 | Forma mais longa
Humildade e gratuidade são os dois pratos preferidos e servidos por Jesus, à mesa da Palavra e do Reino, onde nos quer acolher.
1. A humildade é obviamente avessa ao protagonismo e ao exibicionismo de quem procura os primeiros lugares, mas também não se confunde com a artimanha de quem se coloca modestamente no último lugar, na esperança de ser convidado a trepar e a avançar. Humildade não é escolher nem o primeiro nem o último lugar. Humildade é estar no lugar para que o Senhor nos chamar. Humildade é ser o lugar feliz onde o outro se possa encontrar.
2. Gratuidade é dar tudo e, em primeiro lugar, àqueles de quem não se possa esperar retorno. Aquele dou para que me dês, que tantas vezes procuramos, no elogio ou na recompensa, é completamente estranho ao agir de Deus: “Serás feliz por eles não terem com que te retribuir” (Lc 14,14).
3. Na perspetiva de um novo ano pastoral, que se avizinha, valeria a pena cada um perguntar-se: Qual é o lugar em que o Senhor me quer transformar, para servir a comunidade? Podiam ser mais, mas ficam apenas três perguntas, para exame espiritual e pastoral, que retomo de uma antiga homilia e que não perdem atualidade:
3.1. Nesta comunidade, sou um “lugar sempre ocupado pelos meus espaços pessoais de autonomia e relaxamento” (EG 78), de modo que os outros nunca podem contar comigo, para nada? Ou estou pronto, a tornar-me um lugar livre, humilde e disponível, para o serviço de Deus e do seu Reino?
3.2. Nesta comunidade, estou no lugar do morto, mudo e quedo, ocupando apenas o meu espaço, como um direito adquirido, sem nenhum dever contraído? Ou estou decidido a tomar a iniciativa de me dispor a servir sem esperar outra recompensa, que não seja a graça do Senhor?
3.3. Nesta comunidade, sou um lugar cativo, a que estou agarrado, como quem defende “um espaço de poder e de glória humana, que se buscam por qualquer meio” (EG 80)? Ou sou um “lugar ativo”, recetivo, comprometido, comunicativo, aberto a todos, pronto a mudar de posição, e a servir a Igreja, onde for preciso e como for necessário?
4. Irmãos e irmãs: o Senhor tem um lugar para todos, um dia, na sua morada eterna, à mesa desta Eucaristia, mas também nos destina a sermos um lugar para Ele e para os outros no seio desta comunidade cristã. E nem sequer a humildade nos dá o direito de dizer «eu não sirvo para nada», para, deste modo, esconder a nossa soberba e justificar a nossa preguiça. Na verdade, “a nossa imperfeição não deve servir de desculpa; pelo contrário, a missão é um estímulo constante, para não nos acomodarmos na mediocridade, mas continuarmos a crescer” (EG 121), na gratuidade, na humildade, no serviço.
5. À mesa da Eucaristia ou à mesa de trabalho, há um aviso de alerta, para quem transforma o lugar de serviço em poder. O Senhor estará a dizer-nos: “Cuidado com o tacho… que te podes queimar”.