Liturgia e Homilia no Domingo de Páscoa C 2022
Destaque

Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e cantemos de alegria. A Páscoa não é fruto do sonho ou da nossa imaginação, nem mérito ou produto das nossas mãos. A Ressurreição do Senhor é obra do poder admirável de Deus, que remove para sempre a pedra do sepulcro e nos abre, de par em par, as portas da vida eterna. Ressuscitado de entre os mortos, Cristo, que saiu vitorioso do sepulcro, “iluminou o género humano com a sua luz e a sua paz” (Precónio Pascal). Em Cristo Ressuscitado, a vítima pascal torna-se o Vencedor sobre toda a violência e morte. Por isso, celebremos esta Páscoa da Paz, repetindo o refrão do cântico de entrada.  O toque das sirenes da guerra dê lugar ao toque festivo e pascal das campainhas, que nos despertam para a feliz notícia do dia: Não está no sepulcro! Ressuscitou (cf. Lc 24,5).

Homilia no Dia de Páscoa 2022 – forma mais breve

 

1. Porque buscais entre os mortos Aquele que está vivo. Não está aqui. Ressuscitou” (Lc 24,5). Esta é a inaudita novidade da manhã de Páscoa: Jesus foi ressuscitado pelo Amor sempre mais forte do que a morte. Ele é o eterno Vivente. Ele está vivo e presente para sempre. As mulheres depressa levam esta notícia, cheias de alegria aos outros Onze. Mas tais palavras parecem-lhes um desvario, talvez uma coisa de mulheres traumatizadas pela morte do Seu amigo. Por isto se percebe, que a Ressurreição, apesar das promessas de Jesus, não fazia parte da expetativa dos discípulos. De facto, estamos perante uma obra que só Deus fez, a obra maior da história da nossa salvação: a Ressurreição do Senhor.

2. Irmãos e irmãs: o acontecimento da Ressurreição não é fruto nem projeção de um desejo, não é imaginação fértil de corações saudosos. A ressurreição não fazia sequer parte das expetativas dos amigos de Jesus. A Ressurreição mostra, sim, que a Deus tudo é possível, que nada e ninguém pode deter o poder do Seu infinito amor por nós.  A Ressurreição de Jesus mostra-nos que Deus atua na história e pode transformar a realidade, mesmo quando parece que restam apenas valas comuns, corpos mortos na estrada, cidades destruídas, onde não fica pedra sobre pedra. A vitória de Cristo, nossa vítima pascal, dá-nos a certeza de que o fio da história não é tecido apenas por mãos humanas. Se pensarmos que as coisas não vão mudar, recordemos que Ele triunfou sobre o pecado e a morte e possui todo o poder. Ele vive verdadeiramente.

3. A Ressurreição dá-nos hoje a confiança de que Deus é capaz de remover as pedras do coração, todas as pedras da morte e da destruição; é capaz de transformar cemitérios em campos de paz, para fazer florir em campos arrasados pela guerra uma esperança viva e uma vida nova.  Esta é a força da ressurreição.  E, por isso, apesar das bombas e dos gritos de guerra, apesar das notícias diárias e de última hora, nós vemos sinais de esperança em tantos gestos de amor; nós acreditamos que, pela ação de Deus em nós e no íntimo do nosso mundo, é possível a Paz, é possível acolher os refugiados, é possível casar e dar à luz em pleno teatro de guerra, é possível derrubar muros e fronteiras, é possível esquecer-se de si e sair ao encontro de quem não tem nada senão as nossas mãos.

4. Mesmo se as notícias, tantas vezes, não são animadoras, mesmo se não há tréguas na guerra em tempo de Páscoa, nós continuamos a rezar pela paz, a exercitar a diplomacia espiritual, porque acreditamos ser possível assim remover a pedra dos corações envenenados. Nem tudo se resolve nos corredores dos palácios ou nos corredores humanitários. A nossa união a Cristo Ressuscitado torna misteriosamente fecundas, a nossa oração e a mais pequena boa ação em favor da paz.

5. Ressoem, entre os alarmes das sirenes, entre os gritos de guerra, nas ruas da Ucrânia, nas nossas casas, ruas e praças, os sinos e as campainhas da Páscoa, com as palavras mais belas de Cristo Ressuscitado, todas as vezes que Ele encontra os Seus: «A Paz está convosco» (Lc 24,36; Jo 20,19.21.26).  Que o Senhor nos dê a todos – porque ou é de todos ou não será – uma verdadeira Páscoa de Paz!

Homilia no Dia de Páscoa 2022 – forma mais longa

 

1. Ao romper da manhã, três mulheres foram ao sepulcro. Queriam ungir de perfumes o corpo morto do Amigo Jesus. A festa da Páscoa daquele ano estava marcada pelo sangue e pela violência daquela morte de cruz. Mas o afeto do génio feminino leva as três mulheres a meter pés ao caminho, na direção do sepulcro. Pelo caminho, diz outro evangelista, interrogavam-se sobre quem lhes poderia rolar a pedra do sepulcro (cf. Mc 16,3). Mas, diz São Lucas, que encontraram a pedra do sepulcro removida! Perante isto, elas ficam perplexas, em apuros, sem chão e sem caminho, pensando e acabando por dar a notícia errada: «levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram» (Jo 20,13). Os seus olhos ainda não se abriram para a luz, estavam ainda dominadas pela noite da tristeza e da morte e não interpretaram os sinais vitais da Ressurreição. Afinal a pedra foi removida, uma pedra de tal peso, que nenhuma força humana, por si só, a poderia remover. A pedra da morte é sempre intransponível para as nossas forças humanas. Tal empreitada, vistas bem as coisas, só poderia ser obra de Deus. E, pensar num roubo, como então lhes passou pela cabeça, seria estranho, quando ali mesmo se encontra o sudário dobrado com todo o cuidado num lado à parte. Ora os ladrões não costumam deixar assim tão arrumada a casa! As mulheres estão, por isso, perplexas, amedrontadas, de rosto voltado para o chão, incapazes de ver o que, em boa verdade, jamais fora visto!

2. Far-se-á luz na manhã de Páscoa, quando duas testemunhas, com vestes resplandecentes, lhes dão a chave: “Porque buscais entre os mortos Aquele que está vivo. Não está aqui. Ressuscitou” (Lc 24,5). Esta é a inaudita novidade da manhã de Páscoa: Jesus foi ressuscitado pelo Amor sempre mais forte do que a morte. Ele é o eterno Vivente. Ele está vivo e presente para sempre. As mulheres depressa levam esta notícia, cheias de alegria aos outros Onze. Mas tais palavras parecem-lhes um desvario, talvez uma coisa de mulheres traumatizadas pela morte do Seu amigo. Também, por aqui se percebe, que a Ressurreição, apesar das promessas de Jesus, não fazia parte da expetativa dos discípulos. De facto, estamos perante uma obra que só Deus fez, a obra maior da história da nossa salvação: a Ressurreição do Senhor.

3. Irmãos e irmãs: o acontecimento da Ressurreição não é fruto nem projeção de um desejo, não é imaginação fértil de corações saudosos. A ressurreição não fazia sequer parte das expetativas dos amigos de Jesus. A Ressurreição mostra, sim, que a Deus tudo é possível, que nada e ninguém pode deter o poder do Seu infinito amor por nós.  A Ressurreição de Jesus mostra-nos que Deus atua na história e pode transformar a realidade, mesmo quando parece que restam apenas valas comuns, corpos mortos na estrada, cidades destruídas, onde não fica pedra sobre pedra. A vitória de Cristo, nossa vítima pascal, dá-nos a certeza de que o fio da história não é tecido apenas por mãos humanas. “A fé significa também acreditar que Ele está vivo, que é capaz de intervir misteriosamente, que não nos abandona, que tira o bem do mal, com o seu poder e a sua criatividade infinita” (EG 278).Se pensarmos que as coisas não vão mudar, recordemos que Ele triunfou sobre o pecado e a morte e possui todo o poder. Ele vive verdadeiramente.

4. A Ressurreição dá-nos hoje a confiança de que Deus é capaz de remover as pedras do coração, todas as pedras da morte e da destruição; é capaz de transformar cemitérios em campos de paz, para fazer florir em campos arrasados pela guerra uma esperança viva e uma vida nova.  Esta é a força da ressurreição. E nós acreditamos nesta força, porque a Ressurreição “não é algo do passado; ela contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição. É uma força sem igual” (EG 276). E por isso, apesar das bombas e dos gritos de guerra, apesar das notícias diárias e de última hora, nós vemos sinais de esperança em tantos gestos de amor; nós acreditamos que, pela ação de Deus em nós e no íntimo do nosso mundo, é possível a Paz, é possível acolher os refugiados, é possível casar e dar à luz em pleno teatro de guerra, é possível derrubar muros e fronteiras, é possível esquecer-se de si e sair ao encontro de quem não tem nada senão as nossas mãos. Mesmo se as notícias, tantas vezes, não são animadoras, mesmo se não há tréguas na guerra em tempo de Páscoa, nós continuamos a rezar pela paz, a exercitar a diplomacia espiritual, porque acreditamos ser possível assim remover a pedra dos corações envenenados. Nem tudo se resolve nos corredores dos palácios ou nos corredores humanitários. A nossa união a Cristo Ressuscitado torna misteriosamente fecundas, quer a nossa oração, quer a mais pequena boa ação em favor da paz.

5. Ressoem, entre os alarmes das sirenes, entre os gritos de guerra, nas ruas da Ucrânia, nas nossas casas, ruas e praças, os sinos e as campainhas da Páscoa, com as palavras mais belas de Cristo Ressuscitado, todas as vezes que Ele encontra os Seus: «A Paz está convosco» (Lc 24,36; Jo 20,19.21.26). 

Que o Senhor nos dê a todos – porque ou é de todos ou não será – uma verdadeira Páscoa de Paz!

 

 

 

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