Liturgia e Homilias no XIII Domingo Comum B 2021
Destaque

Três palavras da liturgia deste domingo levantam-nos do chão, a partir do encontro com o Senhor, que dá vida. A primeira palavra é a de que Deus nos criou para a vida eterna. A segunda palavra é a de que Cristo Se fez pobre para nos enriquecer com a Sua pobreza. A terceira palavra é a de que Jesus nos manda dar de comer a quem precisa de pão para viver. Peçamos então ao Senhor que nos dê fome e sede de Deus, para O procurarmos como alimento de vida eterna! Peçamos ainda ao Senhor que nos dê um coração pobre, para O reconhecermos num bocado de Pão! Peçamos também ao Senhor que a partilha do Pão da Eucaristia faça de nós pão repartido pela vida dos irmãos! Preparemo-nos para O receber, reconhecer e repartir.

Homilia no XIII Domingo Comum B 2021

 

Menina, Eu te ordeno: levanta-te!

“Levanta-te” (Mc 5,41)é a palavra de ordem de Jesus ao filho da viúva de Naim: “Jovem, Eu te digo: levanta-te” (Lc 7,14). “Levanta-te” é o imperativo do Ressuscitado a Paulo, segundo o relato do próprio Apóstolo: “Levanta-te! Eu te constituo apóstolo e testemunha” (At 26,16). Curiosamente, o lema da Jornada Mundial da Juventude de 2023 inclui o mesmo verbo levantar-se, a partir do exemplo de Maria: “Maria levantou-se apressadamente” (Lc 1,39). Trata-se de um verbo transitivo, que tem o movimento e a ressonância de uma verdadeira ressurreição, de um novo ânimo, de uma nova vida, de uma renovada juventude da alma, como quem se ergue ou reergue, para dar um passo adiante, para enfrentar algo de totalmente novo. Em tempos de pós-pandemia é sentida por todos esta necessidade de nos levantarmos do chão, de repartirmos, de partirmos de novo e de sairmos ao encontro do próximo.

 

Menina, Eu te ordeno: levanta-te!

É uma bela expressão evangélica que precisamos de escutar e de repropor continuamente, depois destes dois anos pastorais marcados pela pandemia. O próprio Papa Francisco resumia numa palavra o programa para depois da pandemia: ressurgir. Ressurgir, refazendo e renovando o tecido da comunidade cristã; ressurgir, voltando com alegria à comunidade e à Eucaristia; ressurgir, ousando novas propostas e respostas pastorais; ressurgir, respondendo às necessidades emergentes, com uma nova fantasia da caridade. Precisamos então de um plano para ressuscitar e revelar o mesmo Cristo de sempre, mas de modo novo, de modo diferente. É mesmo importante que agora nos levantemos e que vamos todos juntos por um caminho novo e vivo (Heb 10,20).

 

Menina, Eu te ordeno: levanta-te!

Queiramos ressurgir, sim, mas não queiramos voltar à vida de antigamente. O tempo que vivemos já não nos permite deixar estar as coisas como estão (cf. EG 25). Na verdade, não nos levantaremos para andar para trás, mas para caminharmos para a vida nova do Batismo, com novas metodologias, novas linguagens, novas formas de presença e de comunicação, de celebração, de ser Igreja e de levar Cristo, pessoa a pessoa e pelo caminho (cf. EG 127), o que requer novos itinerários, novos processos, novos companheiros de caminhada, nova arte e novas formas de acompanhamento pastoral. Precisamos mesmo de um abanão, de uma conversão, de um salto qualitativo, de um novo ardor, de uma nova paixão, de uma nova etapa evangelizadora, de uma nova saída missionária (cf. EG 19-33). 

 

Menina, Eu te ordeno: levanta-te!

Este é, pois, o tempo de acordarmos do sono da morte e de sonharmos juntos a vida; este é o tempo de fazer, de agir e não o tempo de fazer de conta que não é nada connosco. A palavra de ordem para os próximos tempos tem mesmo de ser esta: Levanta-te. Vamos todos juntos por um caminho novo! Todos juntos, em família, como família de irmãos, com as famílias, sempre com Cristo, no meio, à frente e sem nunca deixar ninguém para trás. Todos juntos, com a audácia de Maria, capaz de percorrer novos caminhos, com a coragem criativa de José, para alcançarmos “o sonho missionário de chegar a todos” (EG 31)!

Levanta-te e vamos. Todos juntos, por um caminho novo!

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Homilia na Festa da Eucaristia | Festa da Eucaristia (Primeira Comunhã)

XIII Domingo Comum B 2021

 

Queridos meninos e meninas, queridos pais, padrinhos, avós, irmãos, amigos: Das três leituras, vamos destacar três dimensões fundamentais da Eucaristia.

 

Primeira afirmação: “Deus fez o ser humano à sua imagem, para ser incorruptível”.

 

Na 1.ª leitura, o Livro da Sabedoria recordava-nos que “Deus criou o ser humano à sua imagem, para ser incorruptível”. Deus criou-nos para participarmos da Sua própria vida, uma vida que nem a morte seja capaz de nos tirar. Por isso, uma vez que somos criados à Sua imagem, nós não nos contentamos em “tirar partido desta vida”. Nós precisamos de pão, mas não é só de pão para a boca que precisamos. Nós precisamos de água, mas não é só de água fresca que precisamos. Cada um de nós tem fome e sede de amor, fome e sede de alegria, fome e sede de uma vida realizada. E, para esta fome e para esta sede, não bastam o pão de cada dia, nem a água corredia; temos fome de um Pão da vida, temos sede de uma água viva, de um vinho novo de alegria, que só Deus nos pode dar e saciar. Para celebrarmos a Eucaristia, é preciso reconhecer a nossa própria fome e sede de Deus: sentirmo-nos carecidos d’Ele, desejar a Sua presença e o Seu amor, estar conscientes de que sozinhos não o conseguimos; precisamos de um Alimento e de uma Bebida de vida eterna, que nos sustentem no caminho! Muitas vezes, enganamos a fome e a sede… com coisas que enchem, mas não preenchem; satisfazem, mas não saciam. Só a fome e a sede de Deus é que nos levam até ao altar da Eucaristia. Na Eucaristia, Cristo faz-Se Pão da Vida, para a vida eterna. A Eucaristia sacia a nossa fome e a nossa sede de vida eterna. 

 

Segunda afirmação: “Sendo rico, Cristo fez-Se pobre”!

 

Na 2.ª leitura, São Paulo faz um apelo à partilha de bens. Ele organizara um “ofertório” para ajudar a Igreja de Jerusalém em dificuldades. E lembra aos coríntios o exemplo mais alto de generosidade: o próprio Jesus, que sendo rico, fez-Se pobre, para nos enriquecer com a Sua pobreza. Na verdade, este Deus que Se fez homem, que Se fez servo, que Se fez pecado, que Se fez maldito na Cruz, fez-Se também, para nós, um bocado de Pão na Última Ceia! E, por isso, é preciso um coração grande para O poder reconhecer, receber e adorar. A presença de Jesus, na Eucaristia, é tão humilde, tão escondida, tão pobre, que precisa de um coração rico na fé para ser reconhecida! 

 

Terceira afirmação:Dai de comer à menina”.

 

No Evangelho, o mesmo Jesus que disse: “Tomai e comei”, diz também: “Dai de comer à menina”. O mesmo Jesus que partiu e Se repartiu como Pão da Vida, na Eucaristia, diz-nos: “Fazei isto em memória de Mim”. E o “fazei isto” é também fazer o que Jesus fez: partir, repartir, dar de comer, dar a vida. Não podemos comer este Pão da Eucaristia, se não dermos o pão de cada dia aos famintos. As nossas Eucaristias só podem transformar o mundo, na medida em que nós mesmos nos deixarmos transformar, tornando-nos pão partido para a vida dos outros.

 

Peçamos ao Senhor que nos dê fome e sede de Deus, para O procuramos como alimento de vida eterna!

Peçamos ao Senhor que nos dê um coração pobre, para O reconhecermos num bocado de Pão!

Peçamos ao Senhor que a partilha do Pão da Eucaristia faça de nós pão repartido pela vida dos irmãos!

 

 

 

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