Liturgia e Homilias no II Domingo Comum A 2020
Destaque

Continuamos a contemplar o Batismo de Jesus, com os olhos de João, que nos oferece duas imagens da não violência e da paz: um Cordeiro e uma pomba! Belas imagens, que nos desarmam da violência, a começar pela que se esconde dentro de nossa casa, e que nos preparam para construir a unidade e a paz, nas nossas famílias e entre os cristãos. Neste 1.º / 2.º dia de Oração pela Unidade dos Cristãos, coloquemos, diante do Senhor, o nosso duplo propósito: acolher e receber com excecional humanidade quem vem de longe e procura em nós e entre nós um abrigo. Fazer das nossas famílias oásis de paz.

Homilia no II Domingo Comum A 2020

1.º e 2.º dias de Oração pela Unidade dos Cristãos

 

Há duas imagens da não violência e da paz pelas quais Jesus Se manifesta ao mundo, no Seu Batismo: a de Jesus, o Cordeiro de Deus, e a do Espírito Santo, que desce do céu como uma pomba. O cordeiro e a pomba exprimem uma mensagem de paz, de mansidão e de não violência. Senão vejamos:

 

1.“ Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29)!Jesus não tem entrada de leão! É apresentado como cordeiro. Na língua de Jesus, Cordeiro e Servo dizem-se com a mesma palavra. E, por isso, ao apresentar-nos Jesus como o Cordeiro, João está a dizer-nos que Jesus é o Servo de Deus, o tal “cordeiro sem voz, manso e humilde”, que “tomou sobre Si as nossas enfermidades e carregou os nossos sofrimentos” (Is 53,4). Ele é o Cordeiro que Se deixará imolar e oferecer em sacrifício, para nos libertar dos pecados(cf. Lv 14; 1 Sm 7,8-9; Mt 26,28). O cordeiro não é, na verdade, um animal que se caracterize pela força ou pela robustez; não é um dominador, mas é dócil; não é agressivo, mas pacífico; não mostra as garras nem os dentes, diante de qualquer ataque, mas tudo suporta com mansidão. Mesmo assim, débil e frágil, Jesus, o Cordeiro de Deus, tem a força para carregar sobre os Seus ombros todos os nossos pecados. Ele veio para nos perdoar, para instaurar a paz no mundo, a paz no coração. Que significa para nós hoje ser discípulos de Jesus, o Cordeiro de Deus?Significa pôr no lugar da malícia a inocência, no lugar da força o amor, no lugar da soberba a humildade, no lugar do prestígio o serviço. Ser discípulo do Cordeiro significa não viver como que numa «cidadela cercada», mas como numa cidade posta sobre o monte, aberta, hospitaleira e solidária.

 

2.“ Eu vi o Espírito Santo descer do Céu como uma pomba e permanecer sobre Ele” (Jo 1,32). A descida do Espírito Santo é associada ao voo de uma pomba, porque vem do céu e tudo o que vem de Deus ou desce do alto imaginamo-lo como o voo de uma ave pura. A pomba é uma ave simples, alegre, sem fel. Pela sua doçura e mansidão é associada à simplicidade (cf. Mt 10,16)e ao amor. No Batismo de Jesus, como no princípio do mundo (cf. Gn 1,2), a pomba anuncia uma nova criação. Assim aconteceu no final do Dilúvio, quando uma pomba trouxe no bico um ramo de oliveira, anunciando novos tempos de paz (cf. Gn 8,8-12). No livro do Cântico dos Cânticos a Esposa é tratada por “minha pomba”(Ct 2,12.14; 1,15; 4,1; 5,2.12;6,9), de modo que esta ave se torna o símbolo do povo de Deus (Is 60,8), de um povo criado para o amor. Que significa hoje deixar descer e permanecer em nós a pomba do Espírito Santo? Significa preferir o mel ao fel, a simplicidade à exuberância, a humildade à arrogância, a mansidão à violência, o perdão à vingança, a ternura à agressividade, a docilidade à dureza, a gentileza à rudeza, a escuta à acusação, a unidade ao conflito.

 

3. Neste 1.º/2.º dia da Semana Ecuménica, os representantes das diversas Igrejas cristãs, na área da nossa diocese do Porto, unidos ao nosso Bispo, pedem que deixemos uma mensagem clara de repúdio da violência doméstica e de invocação do Espírito de Deus. Que Ele, cobrindo-nos com as suas asas de paz, conceda às famílias o dom da paciência, do respeito e da paz. Peçamos pelos casais, para que voltem ao primeiro amor, à imagem de “dois pombinhos” eternamente encantados; pelas mulheres vítimas das garras da violência verbal, física e sexual; pelas crianças, cordeirinhos silenciados e marcados indelevelmente por cenas de violência sobre si mesmas ou entre os próprios pais; pelos idosos e mais frágeis, impotentes perante os interesses egoístas e indefesos perante a agressividade dos mais fortes. Rezemos para que “nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de fechamento, de divisão; e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja rapidamente consolado e curado(AL 325). Sejam as nossas famílias oásis de paz!

 

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