Liturgia e Homilia na Solenidade de Todos os Santos 2019
Destaque

Todos os Santos é uma belíssima solenidade litúrgica, que nos diz respeito a todos e a cada um. Diz respeito a todos os batizados, que foram santificados e regenerados em Cristo! Diz respeito a cada um, escolhido pelo Senhor “para ser santo e irrepreensível na sua presença, no amor” (cf. Ef 1,4). O nosso coração eleva-se hoje para essa medida alta da vida cristã comum, quando se vê rodeado de uma nuvem de testemunhas, “que nos estimulam a correr para a meta” (GE 3). E hoje contemplamos todos os Santos que cantam no Céu o louvor perfeito e intercedem por nós. São os santos que nos encorajam e acompanham. São os santos de antigamente e de longe, mas também os santos de hoje e de “ao pé da porta, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus” (GE 7).

Homilia na Solenidade de Todos os Santos 2019

 

1. Todos os anos… Todos os Santos! Para a Igreja, a santidade não passa de moda. É mesmo a vocação fundamental e universal do cristão, que é chamado a fazer frutificar o seu Batismo num caminho de santidade (GE 15), para não se resignar a uma vida medíocre, superficial e indecisa (GE 1). Dizia São João Paulo II: “Perguntar a um catecúmeno: «Queres receber o Batismo?» significa ao mesmo tempo pedir-lhe: «Queres fazer-te santo?»” (NMI 31).

 

2.Porque estamos a viver este novo ano pastoral, centrado no Batismo e na figura divina do Pai, assinalo, entre outras, três situações, nas quais fazemos a experiência do Batismo e da santidade, “que é o rosto mais belo da Igreja” (GE 9):

2.1. Primeira: vivo o meu Batismo quando rezo e, de modo especial, quando rezo a oração do Pai-Nosso. Diz o Papa: “Não acredito numa santidade sem oração, embora não se trate necessariamente de longos períodos ou de sentimentos intensos” (GE 147).É a oração que permite a respiração do coração daquela criatura humana a quem o Pai chama “filho” e a quem o filho responde: “Abbá, Pai”. Cada vez que rezo o Pai-Nosso, tomo consciência e faço a experiência de ser um filho amado do Pai. A minha filiação divina é a maior graça do Batismo: “Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamarmos filhos de Deus” (1 Jo 3,1)! Portanto, se queres medir a tensão para a santidade, mede o tempo que dedicas à oração, sem te esqueceres que rezar a Deus Pai te fará viver como um irmão!

2.2. Segunda: vivo o meu Batismo nas escolhas concretas da minha vida. Cada vez que realizo uma opção, segundo Jesus Cristo, quer nas grandes escolhas da vida, quer nas pequenas decisões do dia a dia, faço-o na força ativa do meu Batismo. O Papa dá alguns exemplos muito simples: “uma senhora vai ao mercado fazer as compras, encontra uma vizinha, começam a falar e… surgem as críticas. Mas esta mulher diz para consigo: «Não! Não falarei mal de ninguém». Isto é um passo rumo à santidade. Depois, em casa, o seu filho reclama a atenção dela para falar das suas fantasias e ela, embora cansada, senta-se ao seu lado e escuta com paciência e carinho. Trata-se de outra oferta que santifica. Ou então atravessa um momento de angústia, mas lembra-se do amor da Virgem Maria, pega no terço e reza com fé. Este é outro caminho de santidade. Noutra ocasião, segue pela estrada fora, encontra um pobre e detém-se a conversar carinhosamente com ele. É mais um passo” (GE 16). Por conseguinte, em toda a escolha moral, nos mais pequenos gestos ou detalhes diários, eu atualizo a graça do meu Batismo vivendo de forma extraordinária até o mais comum da vida (cf. GE 17). Portanto, se queres medir a tensão para a santidade, mede a tua fidelidade a Deus, quer na coragem das grandes escolhas quer na busca de perfeição a partir das coisas mais pequeninas do dia a dia.

2.3.Terceira: vivo o meu Batismo quando encontro, tal como na vida de todos os santos, o estímulo e a força para sepultar o meu passado de pecado e continuar a correr para a meta. Roger Schütz disse um dia: “Todo o teu passado, mesmo ainda no preciso instante que acaba de passar, já está sepultado, submergido com Cristo nas águas do teu Batismo. Não voltes a olhar para trás; nisto consiste uma parte da liberdade do cristão, que é a liberdade de correr para a frente. Renuncia a olhar para trás. Se a tua imaginação te apresenta a imagem destruidora do passado, fica a saber que Deus já não o tem em conta, e isto, antes de tudo, pela força do teu Batismo”. Não há santo sem passado nem pecador sem futuro. Portanto, se queres medir a tensão para a santidade, mede a profundidade do mergulho onde submergiste o teu passado de pecado e a perseverança com que corres para a meta (cf. GE 3).

3. Irmão, irmã: “Deixa que a graça do teu Batismo frutifique num caminho de santidade” (GE 15)! Na verdade, não podes imaginar a tua missão na Terra “sem a conceber como um caminho de santidade” (GE 15), porque esta é, na verdade, a vontade de Deus, para ti, para mim, para todos: a nossa santificação (cf. 1 Ts 4,3).

 

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