para cumprir o seu lema sacerdotal
e o lema do ano pastoral 2023-2024:
Vamos com alegria,
juntos por um caminho novo.
Mensagem às comunidades paroquiais
de Nossa Senhora da Hora e de São Martinho de Guifões
1. Saudação inicial
Saúdo todos os fiéis batizados e todas as pessoas de boa-vontade, as autoridades, associações e instituições locais presentes e atuantes no corpo e na alma das comunidades paroquiais de Nossa Senhora da Hora e de São Martinho de Guifões.
Saúdo, com especial carinho, os mais pequeninos, os doentes, os sós, os idosos e frágeis, as pessoas com deficiência, os imigrantes, para os quais invoco a consolação de Deus.
Saúdo as crianças, os adolescentes e os jovens, esperança da nossa Igreja e do nosso mundo, nesta fase tão entusiasmante da JMJ.
Saúdo, com especial gratidão, os colaboradores paroquiais, nos diversos serviços, ministérios e grupos pastorais, sem esquecer os dois diáconos nomeados pelo Bispo, José Espinha e José Campos, agora ao serviço de ambas as comunidades.
Saúdo na Paz de Cristo o Sr. Padre Américo de Sã Rebelo, que foi pároco de São Martinho de Guifões, por mais de 50 anos, exercendo até ao limite das suas forças, o seu notável ministério sacerdotal de pároco, com grande sabedoria, proximidade e criatividade. Um obrigado muito especial, pela preciosa herança pastoral, que nos deixa. E, na sua oração e debilidade, ele nos confie a todos a Deus e à Palavra da sua graça. Que Deus seja a sua recompensa.
Saúdo a todos com amor, sem exclusão de ninguém no meu coração de Pastor.
2. Um novo contexto pastoral
Permitam-me uma palavra especial, neste dia, em que fui nomeado pároco de São Martinho de Guifões.
Desde meados de março deste ano de 2023, fui acompanhando a vida paroquial de Guifões, assegurando sobretudo os serviços mínimos da vida sacramental.
Em 27 de abril de 2023, uma vez aceite o pedido de dispensa de funções por parte do pároco anterior, o Sr. Pe. Américo de Sã Rebelo, o Bispo diocesano nomeou-me provisoriamente Administrador Paroquial, para que não faltasse à comunidade o carisma e o ministério da presidência e da unidade da mesma, naquilo que lhe é mais essencial.
Entrei na nova Paróquia, ao jeito de São Martinho, pela porta do cavalo, sem receção, sem protocolo, sem aviso-prévio. Procurei respeitar o que estava calendarizado e apoiar as iniciativas habituais da vida comunitária, com o mínimo transtorno possível. Os inevitáveis ajustamentos das celebrações dominicais aconteceram em função das disponibilidades, minha e de outros sacerdotes, num contexto inesperado de «emergência pastoral».
Hoje, tornou-se pública a minha nomeação, para assumir, em plenitude, e por um tempo estável, o múnus de pároco de São Martinho de Guifões, mantendo as outras missões: a paroquialidade de Nossa Senhora da Hora, a colaboração na Equipa Diocesana de Coordenação Pastoral, o acompanhamento das Associações, Movimentos e Obras da Diocese e a Capelania do Hospital Cuf Porto.
Gostaria de vos dizer que aceitei os sucessivos encargos pastorais, e nomeadamente a paroquialidade de São Martinho de Guifões, não como uma sobrecarga penosa, mas como um desafio a dilatar o coração, a alargar e a renovar o âmbito da minha solicitude pastoral, agora em duas comunidades paroquiais, as quais, pela primeira vez, partilham o mesmo pároco.
Doravante ficareis, como o pobre de São Martinho, com metade do manto da minha solicitude pastoral, mas com o meu coração inteiro em cada uma das paróquias. Pois nenhum pai poderá amar menos o segundo filho que o primeiro. Aliás, com a aprendizagem do cuidado do primeiro, pode cuidar melhor do segundo.
Acolhi, pois, com alegria esta surpresa de um novo encargo pastoral, como uma bênção de Deus, apesar da desarrumação que um novo filho sempre traz à organização da nossa vida pessoal e pastoral. Para mim, não haverá nunca uma Paróquia de primeira e uma Paróquia de segunda. Não serei o Padre da Senhora da Hora, mas o Pároco de Nossa Senhora da Hora e de São Martinho de Guifões. Não serei pároco em Guifões, por «empréstimo», mas procurarei servir ambas as comunidades, com a mesma generosidade, disponibilidade e alegria, respeitando o caminho percorrido, a identidade, a diferença, a diversidade, a riqueza de cada uma. Não pretenderei que as duas paróquias sejam réplicas uma da outra, porque de facto, tal como os filhos, são muito diferentes.
Esforçar-nos-emos, sim, por caminharmos juntos, por rentabilizarmos os recursos, por aprendermos uns com os outros, por partilharmos e interagirmos cada vez mais, em termos de formação e de celebrações.
Trata-se, pois, de um novo enquadramento pastoral, que exigirá mudanças, nos horários das celebrações, da Secretaria paroquial e da Catequese e na demais organização pastoral da vida de ambas as paróquias. E nisto não pode aplicar-se o cómodo critério pastoral do “fez-se sempre assim”: pelo contrário, é hora de um ousado impulso missionário e renovador, que dê resposta à novidade destes tempos, em que o padre, a quem se pede cada vez mais, possa concentrar-se no que lhe é específico.
Sobretudo, esta é uma oportunidade excelente para ativar, atualizar, renovar, reforçar e requalificar os serviços e ministérios próprios dos leigos e dos diáconos. Na verdade, não pode ficar tudo igual, quando tanta coisa, dentro da Igreja e à nossa volta, mudou. Não se peça a um o que se pedia a dois.
O princípio da sinodalidade, que implica corresponsabilidade de todos os batizados, no planeamento, na elaboração das decisões e na realização das ações pastorais, deverá ser amplamente exercitado, através dos órgãos próprios, em especial o Conselho para os Assuntos Económicos e o Conselho Paroquial de Pastoral. No princípio de setembro, agendaremos uma Assembleia Paroquial de Colaboradores Pastorais, em ambas as paróquias, para descobrirmos e partilharmos juntos o sonho de Deus, para este tempo novo.
3. Uma invocação final
São Martinho, que foi soldado e se tornou um grande servidor da Paz, nos ajude a construir a comunidade Paroquial de Guiões, na paz e na concórdia, para que esta seja uma comunidade acolhedora, de ajuda fraterna, onde os pobres e os que procuram a Deus de coração sincero se sintam, em qualquer uma das nossas igrejas – a Igreja matriz e a da Sagrada Família – como em sua própria casa.
Nossa Senhora da Hora, a Mãe que Se mantém de pé, perante os desafios maiores, nos ajude a dar o nosso “sim”, numa fidelidade criativa à vontade Deus, nesta hora de graça.
Fiel ao meu lema sacerdotal de «reunir os dispersos» e atentos todos ao lema da nossa Diocese para o Ano Pastoral 2023-2024, “vamos com alegria, juntos por um caminho novo”.
Vosso irmão e Pastor em Cristo,
Pe. Amaro Gonçalo Ferreira Lopes
Senhora da Hora e São Martinho de Guifões,
19 de julho de 2023