numa altura em que seremos convidados a hospedar jovens
e a partilhar com eles as nossas riquezas familiares, culturais, eclesiais.
É fundamental preparar bem as pré-jornadas,
que são decisivas para o bom êxito da JMJ Lisboa 2023.
Na sequência do processo sinodal em curso, importa continuar a dar resposta à questão fundamental do Sínodo: “como se realiza hoje aquele ‘caminhar juntos’, que permite à Igreja anunciar o Evangelho, em conformidade com a missão que lhe foi confiada?”, e ter em conta, num processo de discernimento pastoral, as indicações, intuições e sugestões da fase diocesana do processo sinodal.
O lema: Abraça o presente! Juntos por um caminho novo.
O lema fundamental comum aos três anos é este: Juntos por um caminho novo. O subtema de 2021/2022 foi “Levanta-te”. O subtema para o ano pastoral 2022/2023, partindo da frase “Maria saudou Isabel” (Lc 1, 40), é este: “Abraça o presente”.
O abraço de Maria e Isabel é o abraço de duas mulheres que partilham a alegria pelo maravilhoso e surpreendente presente de uma vida nova, que uma e outra acolhem em gestação no seio materno. É o abraço de quem se acolhe mutuamente no amor, de quem partilha o Evangelho da Vida, em carne viva. É o abraço de quem abraça a graça, os desafios e a oportunidade da hora presente.
‘Abraçar’ tem, portanto, para nós, não apenas a dimensão afetuosa da reciprocidade do amor, mas inclui também o desafio de ‘abraçar’, de acolher com amor, de escutar com atenção, de discernir à luz do Senhor, de responder e de corresponder às muitas oportunidades, dificuldades e desafios do tempo presente. Neste sentido, “abraça o presente” significa sobretudo “vive no presente”, não no passado nem no futuro. O Espírito afirma o primado do hoje, contra a tentação de fazer-se paralisar pelas amarguras e nostalgias do passado, ou de focar-se nas incertezas do amanhã e deixar-se obcecar pelos temores do futuro. Não há tempo melhor para nós: agora e aqui, onde estamos, é o único e irrepetível momento para fazer o bem, para fazer da vida uma dádiva!
Este presente que nos propomos abraçar, que desejamos acolher de braços abertos, tem, por isso, muitos rostos e significados: é a graça da JMJ que nos desafia a reconhecer os jovens como o agora, ou o presente de Deus.
É o presente deste processo sinodal em curso e de aprendizagem e conversão pastoral contínuas, para uma Igreja de participação, comunhão e missão.
É o presente que Deus nos oferece no rosto de todos os jovens, vindos de todas as partes do mundo, para a JMJ, como verdadeiros peregrinos da esperança: eles irão entrar nas nossas casas, nas nossas realidades familiares e eclesiais, para animar e renovar as nossas vidas. São um presente que queremos abraçar, acolher e envolver, abrindo portas e janelas ao sopro da novidade do Espírito.
Maria torna-se, em tudo isto, modelo de uma Igreja de braços abertos, que acolhe (cf. Lc 1, 26-38). E, tal como na cena de Emaús, em que o anfitrião se torna acolhido, também Isabel, que recebe Maria, é acolhida por Ela. Como Maria, cada pessoa é chamada a tornar-se pessoa-soleira, capaz de acolher quem entra ou se cruza na sua vida. Como Maria, a comunidade cristã torna-se um Corpo que acolhe, para se tornar um lugar que gera vida. A esta luz, devemos cuidar por formar comunidades hospitaleiras, pautadas por um estilo pastoral amável e dialogal, simples e familiar, feito de presença, de escuta e de proximidade, capaz de promover a cultura do encontro, de propor e de acompanhar, num ambiente muito familiar, que gera e regenera vidas novas em Cristo.