Todos os Santos é uma belíssima solenidade litúrgica, que nos diz respeito a todos e a cada um. Diz respeito a todos os batizados, que foram santificados e regenerados em Cristo! Diz respeito a cada um, escolhido pelo Senhor “para ser santo e irrepreensível na sua presença, no amor” (cf. Ef 1,4). O nosso coração eleva-se hoje para essa medida alta da vida cristã comum, quando se vê rodeado de uma nuvem de testemunhas, “que nos estimulam a correr para a meta” (GE 3). E hoje contemplamos todos os Santos que cantam no Céu o louvor perfeito e intercedem por nós. São os santos que nos encorajam e acompanham. São os santos de antigamente e de longe, mas também os santos de hoje e de “ao pé da porta, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus” (GE 7).

Saímos de casa e subimos ao Templo para rezar. Pomo-nos de pé, que é a posição que melhor nos recorda que somos chamados a viver de cabeça levantada, de olhos voltados para Deus! A posição de pé lembra-nos ainda a vitória de Cristo, o Cordeiro Pascal, que foi imolado e está de pé, quer dizer, está vivo e ressuscitado. De pé, somos gente viva e ressuscitada com Cristo! Cantemos e louvemos o Senhor.

Hoje celebramos o Dia Mundial das Missões. Façamo-lo em comunhão com toda a Igreja [com a Igreja em Portugal, reunida em Fátima, em peregrinação missionária], na escuta da Palavra do Senhor e num renovado compromisso de fidelidade como discípulos missionários. Lembremos e rezemos por quantos, em todo o mundo, anunciam e vivem a Boa Nova, de forma especial os que sofrem perseguição, para que permaneçam firmes e fiéis. Renovemos, todos nós, batizados, o nosso compromisso missionário, como Igreja de Cristo em missão no mundo, celebrando, em festa, a nossa fé.

Agraciado pela benevolência de Deus, um leproso volta atrás, para dar graças, glorificar e bendizer o Senhor da Vida, o único Senhor a quem o coração humano se pode entregar. Queremos, também nós, colocar-nos neste movimento de ação de graças ao Pai, por Jesus Cristo, Seu Filho.

“Senhor, aumenta a nossa fé”(Lc 17,5). Reza assim, quem sabe que a fé é um dom e não uma conquista superior da força, do poder ou da inteligência. Suplica assim, quem se sente pequenino, guardião da semente da fé, e não se arvora em seu dono e senhor. Pede assim, quem sabe que a fé, recebida no Batismo, precisa de ser acolhida com humildade e alimentada com o pão de cada dia, da oração, do serviço, da Eucaristia. Invoca assim, quem sabe que a fé é sempre “nossa” e, por isso, não se pode crer sozinho.

Amós parece estar em campanha eleitoral. O profeta não se cala, denunciando o comodismo dos que levam uma vida regalada, indiferentes à sorte dos pobres. O pobre Lázaro, na parábola do Evangelho, põe o dedo na ferida mais aberta do nosso tempo: a indiferença absoluta, que cava um muro intransponível entre os filhos de Deus. E a mensagem da parábola põe-nos de sobreaviso: quem tem ouvidos surdos para o grito dos pobres também os tem fechados para a escuta da Palavra de Deus.

Neste início do ano pastoral, a Liturgia da Palavra vem recordar-nos que é precisa uma santa astúcia, uma esperteza evangélica, na causa da Boa Nova e do Reino. Trata-se de uma fidelidade criativa, que saiba propor o Cristo de sempre aos homens e mulheres de hoje, abrindo assim janelas de futuro, na missão da Igreja. Na mesma fidelidade à memória viva da Páscoa do Senhor, encontramo-nos aqui para celebrar o domingo, na alegria dos batizados. Comecemos por reconhecer que, sem Ele, não sabemos sequer o que fazer! E, desde já, “ergamos para o Céu as nossas mãos santas, sem ira nem contenda” (cf. 2.ª leitura).

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