Liturgia e Homilias no XXVII Domingo Comum C 2025
Destaque

Outubro é o mês missionário e é o mês do Rosário. Somos desafiados pelo Papa Leão XIV a intensificar, neste mês, a oração do Rosário pela Paz. A oração é a primeira ação missionária e, ao mesmo tempo, «a primeira força da esperança». Hoje o Evangelho recolhe-nos uma prece fundamental, que deve ressoar do mais profundo do nosso coração: “Senhor, aumenta a nossa fé”(Lc 17,5).Talvez esta oração deva ser dita e traduzida, hoje, por nós, de uma outra forma: “Senhor, dá-nos um pouco de fé e isso nos basta”! O Senhor prefere a fé humilde e serviçal dos pequeninos à fé arrogante e soberba dos que se julgam donos de Deus. Que a frescura da Palavra, o Pão da Eucaristia, a e o contágio do testemunho nos ajudem a crescer na pouca fé, na fé pequenina, na fé dos mais pequeninos.

HOMILIA NO XXVII DOMINGO COMUM C 2025

 

«Aumenta a nossa fé!» (Lc 17,6). Jesus responde a este pedido, com duas imagens desconcertantes: a do grão de mostarda e a do servo disponível.  Vamos a isso:

1.«Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a essa amoreira: “Arranca-te daí e planta-te no mar e ela obedecer-vos-ia» (Lc 17, 6).  A amoreira é uma árvore forte, bem enraizada na terra e resistente aos ventos. Ora, a fé, ainda que pequena, pode ter a força de arrancar uma amoreira e depois transplantá-la no mar, o que é algo ainda mais improvável! A mensagem é clara: nada é impossível para aqueles que têm fé, porque estes não confiam nas suas próprias forças, mas põem a sua confiança em Deus, que tudo pode. Por isso, dizia Paulo a Timóteo: “Sofre comigo, pelo Evangelho, confiando no poder de Deus” (2 Tm, 1,8). Quem acolhe o dom da fé é habitado por uma força, que não é apenas humana; com efeito, a fé desencadeia a graça e abre a nossa mente ao mistério de Deus. A fé, comparável ao grão de mostarda, é uma fé que não é soberba, nem autoconfiante; não pretende ser a de um grande crente, que incha de orgulho, como se fosse um campeão desta virtude! É uma fé, que na sua humildade, sente uma grande necessidade de Deus e na sua pequenez abandona-se com plena confiança a Ele. É também a fé que nos dá a capacidade de olhar com esperança, para os altos e baixos da vida, que nos ajuda a aceitar até mesmo as derrotas e os sofrimentos, sabendo que o mal e a morte não terão a última palavra. Por isso, a fé é o primeiro dom a receber na vida cristã.

Quando fomos levados à pia batismal, os nossos pais, depois de terem anunciado o nome que tinham escolhido para nós, foram interrogados pelo ministro do Batismo: «O que pedis à Igreja de Deus?». E os pais responderam: «A fé» ou então «o batismo». Para um pai cristão, para uma mãe cristã, conscientes da graça que lhes foi concedida, é este o dom a pedir também para o seu filho ou filha: a fé. Com ela, o pai e mãe sabem que, até no meio das provações da vida, o seu filho ou filha não se afogará no medo. Sabem também que, quando o seu filho ou filha deixar de ter um pai ou uma mãe nesta terra, continuará a ter um Deus Pai no céu, que nunca o abandonará e Maria, a Mãe que dele cuidará. Eis porque o decréscimo significativo de inscrições para o Batismo, para a Catequese, não é apenas resultado de uma crise demográfica. Não[1]. É também sintomática de uma crise de fé, em que já não se nega a Deus, mas se vive sem contar com Ele!

2. E como podemos saber se realmente temos fé, isto é, se a nossa fé, ainda que pequena, é genuína, pura? Jesus indica a medida da fé: o serviço humilde. Fala do servo, capaz de se cingir, ajoelhar e lavar os pés, como Ele o fez aos discípulos. É assim que a pessoa de fé se comporta em relação em Deus: rende-se completamente à sua vontade, sem cálculos nem pretensões. Esta atitude para com Deus reflete-se também na forma como nos comportamos em comunidade: reflete-se na alegria de estarmos ao serviço uns dos outros, encontrando já nisto a nossa recompensa e não nos reconhecimentos nem nas vantagens que daí possam vir: «Quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: “Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer”» (Lc 17, 10). Somos servos inúteis, sem a pretensão de ser agradecidos, sem reivindicações. Somos servos «inúteis», mas não antes de fazer qualquer coisa. Só somos servos inúteis, depois de tudo fazer!

Eis porque a crise de vocações, de ministérios, de servidores pastorais numa comunidade, não resulta tanto da falta de tempo, da falta de competências, mas sim da falta de fé. Por isso, quando pedimos ao Senhor vocações de especial consagração, colaboradores pastorais para a Paróquia, precisamos de pedir em primeiro lugar que aumente em todos nós o dom da fé; que o Espírito Santo reanime em nós esse dom, para vencermos a timidez com a fortaleza da fé, para nos tornarmos testemunhas felizes de Cristo vivo.  Não deixemos, por isso, de rezar todos os dias, neste mês missionário: «Senhor, dá-nos um pouco de fé»!  



Batismos na Senhora da Hora 2025:chegaremos aos 78. Com exceção do ano 2020 (pandemia) é o número mais baixo de sempre. O mais alto, desde 2008, foi de 157, em 2017.

Nas Escolas da área geográfica da Paróquia da Senhora da Hora, entre o 1.º ano e o 9.º ano, temos 1522 alunos inscritos. Inscritos na Catequese temos, nos anos correspondentes, 395: são apenas 25,95%.

Batismos em Guifões em 2025:chegaremos aos 15, o número mais baixo de sempre. Há 10 anos, em 2015, tivemos 67; em 2020, ano da pandemia, tivemos 27 e em 2021 tivemos 36.

Nas Escolas da área geográfica da Paróquia de Guifões, entre o 1.º ano e o 9.º ano, temos 681 alunos. Inscritos na Catequese, nos anos correspondentes, temos 117 catequizandos: equivale a 17.18%.

 

 

 

Top

A Paróquia Senhora da Hora utiliza cookies para lhe garantir a melhor experiência enquanto utilizador. Ao continuar a navegar no site, concorda com a utilização destes cookies. Para saber mais sobre os cookies que usamos e como apagá-los, veja a nossa Política de Privacidade Política de Cookies.

  Eu aceito o uso de cookies deste website.
EU Cookie Directive plugin by www.channeldigital.co.uk