Abraça o presente da Páscoa, é Cristo vivo. Agarrado a Ele, viverás”. De braços abertos, com as mãos e os pés, de coração aberto a presença de Cristo vivo e ressuscitado. Cristo nossa esperança está vivo e é a mais formosa juventude deste mundo. Deixemo-nos abraçar e tocar por Ele, pois tudo aquilo que Ele toca torna-se jovem, faz-se novo, enche-se de vida. Então as primeiras palavras que quero dirigir a ada um de vós, crianças, jovens, adultos, anciãos, são estas: Cristo vive e quer-te vivo. Isto só o poderemos dizer, com verdade, se os outros puderem ver em nós um Cristo vivo, que está em nós e permanece connosco, para nos dev0lver a força e a esperança.

Esta é a noite do ano! A noite de todos os acontecimentos, a noite das grandes intervenções de Deus na nossa história. Estamos em vigília, em expectação noturna, em oração, para dar início à celebração do terceiro dia do Tríduo Pascal, o dia da Ressurreição. Na mais solene das vigílias, vamos proclamar a Ressurreição de Jesus, o acontecimento por excelência das grandes maravilhas de Deus operadas em nosso favor. Quatro grandes liturgias darão corpo à nossa celebração: a Liturgia da Luz, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal, e, como coroamento, a Liturgia Eucarística! Porque é de noite, começamos por acender a Luz. A Luz é a primeira obra da Criação. O Presidente desta celebração irá proceder à bênção do fogo, com o qual acenderá o grande círio pascal. A partir desse círio iremos acender as nossas velas. E só depois entraremos na Igreja em procissão.

A Homilia, em sintonia, com a de Quinta-Feira Santa, em que se acentuava a ideia da Ceia e da Presença de Cristo, que continua a dar-se hoje por nós em cada Eucaristia, desenvolve agora a ideia de uma paixão que também continua hoje. As reflexões estão inspiradas na leitura do livro de Tomás Halík, A tarde do cristianismo, sobretudo nas páginas 110 a 122, 190, 196-197, 214-217. “… Também a fé tem de morrer para ressuscitar, tem de passar pelo madeiro da dúvida, pela aridez e pela desolação, tem de descer aos infernos da dor e do abandono, tem de suportar as trevas do silêncio, tem de atravessar a noite escura da Cruz e permanecer no silêncio do Sábado Santo, em que a alma é consumida pela ausência de Deus, em que a única luz que nos guia é o desejo de Deus”.

Abraça o presente da Páscoa: é Cristo vivo.Um presente sempre presente. Com este propósito, completámos juntos o caminho quaresmal e chegámos agora à meta: a nossa transformação pascal, pela ação misteriosa do mistério pascal de Cristo vivo em nós. Abraçar o presente da Páscoa é antes de mais acolher o convite a participar da Páscoa do Senhor, receber e a reconhece o dom inestimável da Sua presença na Eucaristia. O grande presente da Páscoa é Cristo vivo, na Eucaristia. Ele faz-se presente na assembleia unida e reunida em Seu Nome, na pessoa d’Aquele que preside, no dom da Palavra que Se proclama, e, de modo único, nos dons do Pão e do vinho consagrados. Com este desejo ardente de celebrar, com Cristo, a Sua Páscoa gloriosa, tomados de assombro por tal convite imerecido, damos início agora à celebração do Tríduo Pascal do Senhor Crucificado, Sepultado e Ressuscitado. E fazemo-lo nesta Missa Vespertina da Ceia do Senhor, que nos reporta àquela mesma noite, em que Jesus, desejando ardentemente comer a Páscoa com os discípulos, os reuniu para a Ceia Pascal. Pelo Sacramento da Eucaristia, nós tornamo-nos misteriosamente contemporâneos deste grande acontecimento da Páscoa do Senhor. Fixemos então o nosso olhar na Cruz do Senhor. E, de pé, cantemos.

Abraça o presente da Páscoa, que é Cristo vivo. Agarrado(a) a Ele, viverás”. Irmãos e irmãs: com este desafio, temos vindo a percorrer o caminho da Quaresma à Páscoa, um caminho que fazemos juntos, unidos a Cristo, abraçando a sua Palavra, abraçando a Sua Vida, abraçando também a sua Cruz e a Sua Morte, para que, na comunhão com Ele, a nossa vida se transforme em Páscoa de vida nova. Hoje estamos aqui reunidos, para darmos início, em união com toda a Igreja, à celebração anual do mistério pascal, da Paixão, morte e ressurreição do Senhor. Essa é a meta do caminho de subida, que iniciámos na Quarta-Feira de Cinzas.  Foi para realizar este mistério que Jesus Cristo entrou na sua cidade de Jerusalém. Por isso, recordando com fé e devoção esta entrada triunfal na Cidade Santa, acompanharemos o Senhor, de modo que, participando agora da sua Cruz, mereçamos um dia ter parte na sua ressurreição. Voltemos agora o olhar para a Cruz, que abre a procissão de entrada, aclamemos a Cristo, agitando os nossos ramos e entoando-Lhe cânticos de louvor.

Passo a posso, Cristo manifesta-Se: Ele é fonte de água viva, no encontro com a samaritana! Ele é a Luz do mundo, no encontro com o cego! Ele é a Ressurreição e a Vida, no encontro com o amigo Lázaro! Os três Evangelhos destes domingos fazem-nos mergulhar nas fontes do Batismo, água que nos purifica, luz que ilumina, mergulho que nos regenera. À luz deste Evangelho, o Batismo é regeneração, mistério de morte e vida. Porque Ele não quer a morte do pecado, mas que se converta e viva, confiemo-nos, desde já, à Sua misericórdia.

Mais um passo no caminho para a Páscoa. Saímos do poço de Jacob, para dar um saltinho à piscina de Siloé. Depois de bebermos da Fonte de água viva, no encontro de Jesus com a Samaritana, somos hoje conduzidos, como o cego, à fonte luminosa, que é Jesus Cristo, Luz do mundo! Hoje celebramos o 4.º domingo da Quaresma, o Domingo da Alegria. Mas este é também o dia do Pai,  do pai de cada um de nós, de todos os pais que, neste mundo, são a sombra do Pai celeste. Rezemos por eles e com todos eles.

Entramos no coração da Quaresma. Mergulhamos agora nas profundezas do nosso Batismo. Somos provocados, deste este 3.º domingo até ao 5.º domingo da Quaresma, por três encontros com Cristo, no caminho para a Páscoa. Revemo-nos na Samaritana, que encontra em Cristo a fonte de água viva, no cego de nascença que encontra em Jesus a luz da vida e em Lázaro, cuja morte e ressurreição anuncia já a vitória da Páscoa. É evidente a relação dos Evangelhos com os temas batismais da água, da luz e da vida.Hoje é a vez de saborearmos o encontro de Jesus com a Samaritana: ela representa-nos na nossa situação de pecado e no desejo de felicidade, na necessidade profunda e radical de salvação! 

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