Liturgia e Homilia no III Domingo da Quaresma A 2017
Destaque

Entramos no coração da Quaresma. Tal como a Samaritana, nós estamos a caminho, com Maria, em busca das fontes da alegria! E essa fonte de alegria é Jesus. É Ele a água viva, que sacia a nossa sede de Deus, a nossa sede de amor, a nossa sede de verdade, a nossa sede de paz. Mas também Ele tem sede da nossa fé, do nosso amor por Ele.

Homilia no III Domingo da Quaresma A 2017

“Os verdadeiros adoradores do Pai adoram-n’O em espírito e verdade” (Jo 4,24)!

 

1. A conversa dava pano para mangas. E o tema da adoração entrou, sem que nada o recomendasse, no fio deste belíssimo diálogo, que mete água por todos os lados! Jesus, apesar de cansado da caminhada, vai escavando devagarinho, no poço de misérias daquela mulher, até lhe despertar, no mais fundo do coração, a sede da fé, a sede de Deus, a sede de verdade, a sede de amor: “da sua fé teve uma sede tão viva, que acendeu nela o fogo do amor divino” (Prefácio A Samaritana). Jesus está ali, a sós, com ela, para Se oferecer como fonte de água viva, amor inesgotável, vida eterna e verdadeira. E então o Homem “que lhe disse tudo o que ela fez” passa rapidamente, de simples judeu a profeta de Deus.

2. E, neste ponto da conversa, a coisa começa a piar fino e a mulher quer saber “onde” adorar a Deus. Se no monte Garizim, se em Jerusalém! Mas Jesus não lhe diz onde, mas a Quem e como adorar! Deve adorar-se o Pai! O Pai não é uma montanha, um lugar, um santuário; é uma Pessoa, que atua, que ama, que chama. Por isso, a adoração verdadeira ao Pai faz-se “em espírito”, por ação do Espírito Santo, e “em verdade”, isto é, em conformidade com o desígnio de Deus. Adorar o Pai, em espírito e em verdade, significa orientar a vida toda para Ele. A adoração verdadeira brotará sempre de um coração de filho, que se entrega submisso e confiante ao Pai.“A palavra latina para «adoração» sugere-nos uma espécie de contacto boca a boca, um beijo, um abraço, e, por conseguinte, fundamentalmente, um gesto de amor. Assim, a submissão torna-se união, porque Aquele ao qual nos submetemos é Amor”(Bento XVI, Homilia, 21.08.2005).

3. Adorar a Deus é, pois, reconhecê-l’O como único Criador e Salvador, único Senhor de tudo quanto existe e Amor infinito e misericordioso (cf. CIC 2096). Adorar a Deus é reconhecê-l’O então como a nossa verdadeira medida, cuja norma da verdade e do bem aceitamos seguir (cf. Bento XVI, Homilia, 21.08.2005).Nós, os cristãos, não adoramos as coisas (como o dinheiro, a televisão, o computador ou o telemóvel) nem mesmo aquelas pessoas de quem gostamos muito. Só a Deus adoramos, quando O reconhecemos como Aquele que deve ter em tudo o primeiro lugar.E não o último ou o lugar de suplente, ou o lugar de substituição.

4. O Pai que está nos Céus é, portanto, Aquele Deus único, a quem devemos dizer, em espirito e em verdade, «Adoro-Te, Pai».E hoje, (véspera do) dia 19 de março, em que assinalamos o Dia do Pai, queremos todos dizer ao Pai do Céu, em primeiro lugar, o que dizemos tantas vezes ao pai de cada um de nós: «Pai, adoro-Te». Na verdade, esta adoração só a Deus se deve prestar!

5. Queridos irmãos e irmãs: “Não há homem nem mulher que, na sua vida, não se encontre, como a mulher da Samaria, ao lado de um poço com uma ânfora vazia, na esperança de encontrar quem sacie o desejo mais profundo do coração, o único que pode dar significado pleno à existência” (Mensagem final do Sínodos dos Bispos 2012).Esta semana, enchamos a terceira ânfora, praticando a adoração, sobretudo a adoração do Santíssimo Sacramento, “fonte inesgotável de santidade” (EE 10). A iniciativa “24 horas para o Senhor” ajudar-nos-á a prolongar a nossa gratidão, louvando o Senhor, o «Jesus escondido», como Lhe chamava o pastorinho Francisco, mas realmente presente na hóstia consagrada. “Permanecer diante de Jesus, na Eucaristia, permite-nos beber na própria fonte da graça” (EE 25). Por favor, acorramos a esta fonte! Não aconteça morrermos de sede, junto à fonte!

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