Liturgia e Homilia na Quarta-Feira de Cinzas
Destaque

A caminho, com Maria, pelas fontes da alegria”. Eis o programa que nos propomos viver, das Cinzas ao Pentecostes, ao longo dos próximos três meses e em três tempos.

Homilia na 4.ª-Feira de Cinzas 2017

A caminho, com Maria, pelas fontes da alegria!

 

Este é o lema da nossa caminhada diocesana, das Cinzas ao Pentecostes de 2017.

1. Dizemos “a caminho” porque se trata, na verdade, de uma longa caminhada, que vai desde este 1.º dia de março, Quarta-Feira de Cinzas, até 4 de junho, domingo do Pentecostes. Faremos esta caminhada, procurando beber das variadas fontes da alegria, para que a nossa vida pessoal e comunitária se renove inteira e verdadeiramente em Cristo, única fonte de vida. Queremos que este seja um caminho percorrido, em comum, com os anciãos, os esposos, as crianças, os jovens, sem excluir ninguém deste caminho de regresso a Deus (Jl 2,12),a fim de O reinstalarmos no coração da nossa vida. Todos somos chamados, especialmente neste tempo, a sairmos dos nossos aposentos, a sairmos dos nossos pequenos mundos imundos, a desinstalarmo-nos dos nossos hábitos e interesses, a sairmos dos nossos pecados e prisões, para sermos alcançados, pela Páscoa de Jesus.

2.Iniciamos agora esta longa caminhada, com o tempo da Quaresma. “A Quaresma é um novo começo, uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa de Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte” (Papa Francisco, MQ 2017). Vivamo-lo, como um longo movimento de peregrinação, refazendo os 40 anos do Povo de Deus pelo deserto e os 40 dias de Jesus, nesse lugar árido e essencial, onde se descobre Deus como única fonte de vida. O caminho continuará na Páscoa, por mais 50 dias, reaprendendo a condição e o nome de cristãos, conhecidos, na Igreja nascente, como os da “nova via”. Associada a esta ideia de andar «a caminho» está obviamente a peregrinação mariana, que, durante este ano, tem particular expressão, com o Centenário das Aparições em Fátima.

3.E este caminho faz-se sempre “com Maria, nossa companheira e guia. Iremos corresponder, ao longo desta caminhada, aos apelos de Mãe de Jesus, nas bodas de Caná. Ali, a Mãe de Jesus aconselha os serventes: “Fazei tudo o que Ele (Jesus) vos disser”. E eles que fizeram? Encheram as talhas até cima; deram o vinho bom a provar ao chefe de mesa; e depois este vinho tornou-se fonte de alegria para todos os convidados. Por isso, vivamos esta caminhada, em três tempos e modos:

 

3.1. Na Quaresma, procuremosencher até cima” as ânforas do pecado, da tristeza e do vazio,nas fontes da conversão, da palavra, da adoração, da contemplação, da oração, do sacrifício;

3.2. No Tríduo Pascal, saibamos “tirar e saborear” a alegria que brota da Cruz e da Ressurreição, nas fontes renovadoras das águas do Batismo, do perfume do Crisma e do pão e do vinho da Eucaristia;

3.3.No Tempo Pascal, sirvamos o vinho bom e, sejamos capazes delevar aos outros” a alegria da salvação, tornando-nos pessoas-cântaro, comunidades samaritanas(cf. EG 2; 9; 86; 120), que dão a beber aos outros da graça embebida e recebida. No acesso a estas fontes, colocar-nos-emos sempre “no trilho da imensa multidão dos peregrinos que desejam beber do Evangelho nas fontes de Fátima” (CEP, FSE, n.º 15).

 

4.Tendo em conta a inspiração oferecida pela cena das bodas de Caná, na igreja teremos, semana a semana, as várias ânforas, que guardarão e representarão as diversas fontes da alegria. Lá em casa, sugerimos um cântaro familiar, para nele guardarmos os papiros que serão distribuídos, semana a semana.

 

5.E, como alcançar esta graça, para dela nos enchermos, com ela nos renovarmos e dela partilharmos? A Liturgia de hoje fala-nos da urgência da conversão e da oferta inesgotável da misericórdia; desafia-nos à inadiável reconciliação com Deus e com os irmãos; aponta-nos os remédios do combate ao egoísmo, tais como a oração, o jejum e a partilha; convida-nos a recolocar Deus, no centro da nossa vida, a ouvir a voz do Senhor e a abrir-Lhe o nosso coração. Na nossa proposta quaresmal, não nos faltam sugestões muito concretas, para vivermos este tempo favorável [que será, entre nós, marcado fortemente pela graça inspiradora e renovadora da Visita Pastoral].

 

6. Mas, meu querido irmão, minha querida irmã: 

 

Não basta teres um programa diocesano e paroquial interessante, como guia e referência destes três meses. É preciso que faças o teu programa, à tua medida, segundo as tuas condições, capacidades e necessidades!

Não basta cumprires o calendário litúrgico, passando o tempo, para chegares a celebrar e a viver a Páscoa deste ano de 2017. É preciso pores-te a caminho, levantares-te cada dia, todos os dias, sob a guia e companhia de Maria!

Não basta conheceres, de cor, as múltiplas fontes da alegria. É preciso que as procures, onde elas estão, para delas beberes, porque ninguém as procurará ou beberá por ti!

Não basta conheceres bem os remédios santos da tua cura. É preciso tomá-los e aplicá-los, nos tempos e modos oportunos!

Procuremos, todos, pelo menos até ao próximo domingo, fazer o diagnóstico do nosso estado de vida espiritual! Procuremos desenhar o mapa da nossa caminhada, pelas fontes da alegria. E comecemos já hoje a viver estes 90 dias, como tempo oportuno de graça e de renovação, sem hesitar, sem desistir, sem perder tempo, mas sempre, sempre, “a caminho, com Maria, pelas fontes da alegria”!

 

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