Liturgia e Homilia no XXVIII Domingo Comum C 2016
Destaque

Confiança, fidelidade e gratidãosão os movimentos do coração que nos aproximam de Deus e nos conduzem à salvação!“Mesmo se às vezes não Lhe somos fiéis, Ele é sempre fiel” e, com a Sua misericórdia, o Senhor não se cansa de nos estender a mão, para nos erguer e encorajar a retomar o caminho, a voltar para Ele e confessar-Lhe a nossa fraqueza, a fim de que nos dê a sua força. 

Homilia no XXVIII Domingo Comum C 2016


«Com Maria, renovai-vos nas fontes da alegria»! Mergulhemos, pois, cheios de confiança, na frescura da Palavra de Deus deste domingo! E contemplemos a figura de Maria, como espelho, onde esta Palavra se reflete maravilhosamente. Façamo-lo, percorrendo cada uma das leituras, a partir das quais aprendemos três atitudes fundamentais da fé: a confiança, a fidelidade e a gratidão.

 

1. Primeira atitude: «a confiança»!

É a confiança num Deus que nos surpreende.O caso do sírio Naamã é notável: para se curar da lepra, vai ter com Eliseu, o profeta de Deus, que não realiza ritos mágicos, nem lhe pede nada de extraordinário. Pede-lhe apenas para confiar em Deus e mergulhar na água do rio; e não dos grandes rios de Damasco, mas de um rio pequeno como o Jordão. Deus surpreende-nos. É precisamente na pobreza, na fraqueza, na humildade que Ele Se manifesta e nos dá o Seu amor, que nos cura e salva. Deus pede somente que sigamos a Sua Palavra e tenhamos confiança n’Ele e na eficácia dos Seus sinais, dos Seus sete sacramentos, que são sete mergulhos, nas fontes da graça. São sinais pobres e simples, realizados com um pouco de água, pão, vinho e azeite. Mas é por eles, e não por coisas exóticas, que Deus nos cura e salva! Como Maria, confiemo-nos a Deus, que nos surpreende, com a simplicidade dos Seus sinais!

 

2. Segunda atitude: a fidelidade a Cristo!

Na segunda leitura escutámos o Apóstolo Paulo a Timóteo: “Lembra-te de Jesus Cristo: se perseverarmos com Ele, também com Ele reinaremos” (cf. 2Tm 2,8-13). Quantas vezes nos entusiasmámos por qualquer coisa, por uma iniciativa, por um compromisso, mas depois, ao surgirem os primeiros problemas, abandonámos. E, infelizmente, isto acontece também com as opções fundamentais, como a do matrimónio. Muitas vezes é fácil dizer «sim», mas depois não se consegue repetir este «sim» todos os dias. Nunca podemos ir pela estrada do provisório. Isso destrói-nos. A fé é a fidelidade definitiva, compromisso de cada dia, como a de Maria, que permanece firme e fiel.

 

3. A terceira atitude: a gratidão:

Curados os dez leprosos, só um toma consciência da graça recebida, só um muda de rota e volta a Jesus, para Lhe agradecer. É tão difícil hoje encontrar pessoas que saibam dizer «obrigad0», que se lembrem do bem recebido. A gratidão é a memória do coração. E por isso devemos saber agradecer, aos outros e agradecer a Deus. Mesmo quando pagámos um serviço, ou um trabalho, devemos dizer «obrigado», porque há coisas, nesse serviço e no trabalho, que não se podem pagar: a disponibilidade da pessoa, a sua entrega, o seu esforço, o seu suor, a sua vida. Como diziam os antigos, «além da paga era um favor». Mesmo quando pagamos, ficamos sempre devedores, a quem nos presta um serviço, a quem nos faz um trabalho, a quem cuida de nós. Quantas vezes lá em casa, dizemos “obrigado”? Quantas vezes dizemos “obrigado” a quem nos ajuda, a quem vive perto de nós e nos acompanha na vida? Muitas vezes damos tudo isso por suposto, como se os outros tivessem sempre obrigação de fazer o que fazem e nós não ficássemos a dever essa atenção! Como Maria, aprendamos a dizer «obrigado» do fundo do coração: agraciada pelo dom da maternidade, Maria glorifica o Senhor!

Irmãos e irmãs: a Eucaristia é o nosso «obrigado», é a nossa ação de graças ao Pai, é a memória viva e agradecida de tudo quanto o Senhor faz por nós. Por isso, em cada domingo, “lembra-te de que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos” (2 Tim 2,8).

Com Maria e como Ela, deixemo-nos surpreender por Deus, sem resistências; sejamos-Lhe fiéis todos os dias; e aprendamos a louvar o Senhor e a agradecer-Lhe, sempre e em toda a parte, porque esse “é nosso dever e é nossa salvação”!

 

HOMILIA NO XXVIII DOMINGO C 2016

MISSA COM CATEQUESE 3.º / 8.º ANO

 

Ao escutarmos estas leituras, lembrei-me das três palavras-chave, que o Papa Francisco tantas vezes nos tem recordado. “Para mim, - diz ele - há três palavras que definem uma pessoa: com licença (por favor), perdão (desculpa) e obrigado”.

1.Na primeira leitura, salta à vista, a gentileza e a gratidão do sírio Naamã. É um homem delicado e grato. É um homem que sabe dizer «por favor»: «Peço-teque aceites um presente». E perante a recusa de Eliseu ainda diz: «Se não aceitas, permite ao menos que se dê a este teu servo uma porção de terra para um altar». «Peço-te» e «permite ao menos» são duas formas gentis de dizer «por favor». Num mundo rude e arrogante, a gentileza preserva o amor! Aprendamos a dizer, humildemente, e sempre, «por favor».

2.No evangelho, há dez leprosos, que se sentem pecadores, e por isso dizem a uma só voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós». É uma forma de dizer «perdoa-nos», «tem misericórdia», «tem piedade de nós». É importante sabermos pedir perdão, quando falhámos, quando errámos, quando magoámos, quando fomos infiéis aos nossos compromissos. Todos os dias precisamos de pedir e de oferecer o perdão. Talvez não haja um dia que não façamos algo de errado. Em geral, é mais fácil acusar o outro de erro e desculpar-se a si próprio. Para poder seguir em frente, em casa, em família, na amizade, é preciso aprender a dizer «desculpa» …

3.Infelizmente só um dos dez leprosos, diz o evangelho, voltou atrás, para dizer «obrigado». É tão difícil hoje encontrar pessoas que saibam dizer «obrigad0», que se lembrem do bem recebido. São Paulo dizia a Timóteo: «lembra-te do que Jesus Cristo fez por ti». A gratidão é a memória do coração. E por isso devemos saber agradecer, aos outros e agradecer a Deus. Quantas vezes dizemos “obrigado” a quem nos ajuda, a quem vive perto de nós e nos acompanha na vida? Muitas vezes damos tudo isso por suposto, como se os outros tivessem sempre obrigação de fazer o que fazem e nós não ficássemos a dever essa atenção. Aprendamos a dizer «obrigado» do fundo do coração!

4.E o mesmo acontece com Deus. É fácil ir até ao Senhor, vir à Missa, rezar para pedir alguma coisa, mas ir agradecer… Ah, isso é difícil. Será que a nossa infidelidade à Eucaristia, e o modo como nos descartamos tão levianamente deste compromisso, não é um sinal da nossa incapacidade para agradecer a Deus? As nossas faltas à Missa, não nos colocam na fila dos outros nove, que se esqueceram de voltar atrás e dizer «obrigado» ao Senhor?

5.Queridos meninos e meninas, queridos pais: a Eucaristia é o nosso «obrigado», é a nossa ação de graças ao Pai, é a memória viva e agradecida de tudo quanto o Senhor fez por nós. Por isso, em cada domingo, «lembra-te» do que Jesus fez por ti, “lembra-te de que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos” (2.ª leitura).

Em cada domingo, páscoa semanal, fazemos memória viva, ação de graças, deste amor do Senhor, que por nós dá a Vida. O Senhor está a dizer-te hoje: «por favor» lembra-te de Mim, «pede perdão» e agradece-Me, tudo quanto fiz por ti.

 Seremos capazes de parar a correria da nossa vida e voltar aqui, diante do Senhor, para lhe agradecer?!

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